quarta-feira, 24 de abril de 2024

Eliana Calmon deixou caso de disputa de terras que culminou na operação Faroeste

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Redação

A ex-corregedora nacional de Justiça,  Eliana Calmon, renunciou em setembro, segundo informações da Folha de S. Paulo, ao patrocínio da defesa do borracheiro José Valter Dias, um dos personagens centrais do conflito de terras na Bahia que culminou com a operação Faroeste da Polícia Federal na última terça-feira (19).

Com base na operação, o Superior Tribunal de Justiça determinou o afastamento, por 90 dias, de seis magistrados do Tribunal de Justiça da Bahia, incluindo o presidente da Corte, desembargador Gesivaldo Britto. Há suspeita de venda de decisões judiciais.

Eliana Calmon entrou com pedido no CNJ, em 2016, para advogar em nome de José Valter Dias e seu filho, Joilson Dias, que se apresentaram como legítimos proprietários das terras em disputa desde a década de 80. Entra em cena nesse processo também o empresário Adailton Mauturino, apontado como idealizador e articulador do esquema.

À Folha de S. Paulo, Eliana Calmon explicou que deixou o caso, por perceber que sua atuação e visão jurídica “eram insuficientes para atender ao pleito dos clientes”.

“Como percebi que minha atuação e visão jurídica eram insuficientes para atender ao pleito dos clientes, decidi renunciar e substabeleci sem reservas de poderes, encerrando o patrocínio”, declarou.

A ex-corregedora disse ainda que “muita coisa ainda virá à tona”. “Esse conflito no oeste da Bahia já dura mais de trinta anos, com idas e vindas, sem uma conclusão. É preciso que a Justiça vá fundo e examine com imparcialidade ambos os lados envolvidos no conflito, pacificando-o em definitivo”, diz ela.

 

21 de novembro de 2019, 10:03

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