Uma semana de boas notícias para o agronegócio brasileiro – por José Lopes
Chegamos à metade do mês de julho com uma série de boas notícias para o agronegócio brasileiro. Em primeiro lugar, é importante dizer que as recentes missões comerciais da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, aos Estados Unidos, Rússia e Japão resultaram em avanços concretos para o setor.
Além da abertura do mercado norte-americano para a carne brasileira “in natura”, Kátia Abreu conseguiu o prelisting (autorização para exportar sem a necessidade de fiscalização prévia) do governo russo para a exportação de leite em pó de 11 plantas brasileiras em troca do aumento das importações de trigo da Rússia.
No Japão, a ministra procurou atrair investimentos para a fronteira agrícola do Matopiba e para o pacote de concessões em infraestrutura (portos, aeroportos, rodovias e ferrovias) do governo brasileiro.
Aqui no Brasil, no início da semana, o Mapa divulgou a balança comercial do mês de junho, que trouxe US$ 9,13 bilhões em exportações e importações de US$ 1,06 bilhão. Os principais setores exportadores do agronegócio no mês passado foram o complexo soja (49,1%), carnes (14,6%), produtos florestais (9,8%), complexo sucroalcooleiro (7,5%) e o café (4,9%). Em conjunto, os cinco setores alcançaram US$ 7,85 bilhões e tiveram 86% de participação nos embarques no mês passado.
A China permanece como o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com a cifra de US$ 3,29 bilhões, o que representa uma expansão de 16,9% no valor exportado em relação a junho do ano passado.
Contudo, entre julho de 2014 e junho de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 90,90 bilhões, valor 8,7% menor que os US$ 99,51 bilhões registrados nos doze meses anteriores. As importações do período, por sua vez, também recuaram à taxa de 10,2% com US$ 15,34 bilhões, o que representou uma queda de US$ 1,74 bilhão. O saldo da balança comercial no intervalo de 12 meses ficou em US$ 75,56 bilhões (clique aqui para ver a balança comercial de junho).
Recordes – No meio da semana, o diretor executivo da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Marcílio Caron, entregou ao presidente da Confederação Nacional da Agricultura, João Martins, um diagnóstico do setor que prevê investimentos recordes na ordem de R$ 53 bilhões no Brasil até 2020, com destaque para o surgimento de um novo polo de florestas plantadas no Oeste da Bahia.
Já na quinta (9), a Conab divulgou o 10º levantamento da safra 2014/2015 com uma expectativa de alcançar o recorde de 206,3 milhões de toneladas, que corresponde a um aumento de 6,6% – ou 12,7 milhões de toneladas – em relação à safra passada.
Os principais responsáveis pelo crescimento da produção brasileira nesta safra serão o milho e a soja. O milho segunda safra deve chegar a 51,5 milhões de toneladas, um ganho de 6,5% a mais que em 2013/2014. Enquanto a produção de soja este ano deve alcançar 96,2 milhões de toneladas, o que representa 11,7% a mais do que a safra anterior.
No mesmo dia, o Mapa e a Embrapa lançaram um estudo que prevê um aumento de 60 milhões de toneladas na produção brasileira de grãos até 2024/2025. Com relação à área total plantada, as estimativas indicam que ela deve passar de 71 milhões de hectares em 2014/2015 para 82 milhões de hectares em 2024/2025. Essa expansão deverá se concentrar na soja, com mais de 9,7 milhões de hectares; cana-de-açúcar, com mais 2,3 milhões; trigo, 625 mil e milho, 442 mil hectares (clique aqui para ver as projeções).
Para fechar a semana com “chave de ouro”, chegaram boas notícias também para os produtores de etanol. Após sete anos de crise, os usineiros comemoram números expressivos: fecharam o mês de maio com um consumo recorde de 1,43 bilhão de litros no País, alta de 44,5% em relação ao mesmo período do ano passado. E no acumulado de janeiro a maio deste ano, já venderam 6,9 bilhões de litros de etanol, 35% a mais do que no mesmo período do ano passado.
José Lopes é jornalista, diretor executivo do Toda Bahia e escreve sobre agronegócio aos domingos. E-mail: j.lopes@todabahia.com.br
