sexta-feira, 26 de abril de 2024

O Monstro SIST e o povo brasileiro – por Pacheco Maia

“Até quando esperar a plebe ajoelhar/Esperando a ajuda de Deus”. O refrão de “Até quando esperar”, da banda brasiliense Plebe Rude, que muito ouvi nos anos 1980, toca no meu subconsciente. Nela encontro a forma de abrir este artigo. Até quando esperar, minha gente? Será que suportaremos até 2018. A cada dia que passa, o buraco se aprofunda.

O mercado imobiliário reflete as conseqüências desastrosas das políticas irresponsáveis, para se dizer o mínimo, dos governos petistas. Tudo espuma, sem consistência alguma. Como se o bem estar de uma nação de 200 milhões de brasileiros pudesse ser sustentado apenas com ilusões propagandísticas.

A realidade é a depressão econômica. O encolhimento da economia em 4% em 2015 e a previsão de mais 4% este ano. Para 2017, já se anuncia a manutenção da marcha-ré. Por enquanto, imagina-se a possibilidade de recuperação econômica a partir de 2018. Se é que vai se comprovar esse prognóstico. No ano passado, chegou-se a dizer que, em 2016, já haveria um alívio. Não se confirmou.

A PNAD Contínua, pesquisa do IBGE, sinaliza a aceleração do desemprego. No trimestre até novembro do ano passado, o número de demissões no mercado de trabalho cresceu 9%, um recorde na série histórica do levantamento. Ninguém se engane. Não há perspectiva de reversão dessa tendência.

A indústria está nocauteada há algum tempo. Só no segmento da construção, foram quase 500 mil postos de trabalhos fechados no ano passado. A avalanche de desemprego atinge agora o setor de serviços. No comércio, mais de 95 mil lojas fecharam as portas no Brasil. A quebradeira é geral. E o governo federal querendo punir ainda mais a sociedade com sua insistência em ressuscitar a CPMF.

Dona Dilma parece aquela madame que sai pra desfilar com seu cachorrinho na rua e deixa por lá os dejetos do animal para os outros limparem. Só posso interpretar dessa forma a cara de pau dessa senhora de transferir a conta de suas irresponsabilidades ao cidadão e contribuinte brasileiro, que sofre o desemprego, a inflação e a depressão.

Eu estou do lado de cá, das vítimas desta fraude governamental. Como você, além de engolir goela abaixo tanta estultice administrativa, me vejo sem amparo em qualquer um dos poderes públicos. Agora mesmo o Supremo Tribunal Federal praticamente decidiu pela constitucionalidade de a Receita Federal ter acesso à nossa movimentação financeira sem necessidade de ordem judicial.

Isso sem falar que o Banco Central já tem acesso a qualquer transação bancária acima de R$ 2 mil feita por nós. E esperar o que de um Congresso Nacional, dominado por espertalhões, indignos da representação popular, onde funciona um balcão de negócios escusos e nem um pouco republicanos.

O nosso genial Raulzito Seixas chamava essa arapuca de “Monstro SIST”. Pois é, estamos enredados nos quase intransponíveis tentáculos do “Monstro Sist”. A única saída já foi anunciada pelo nosso arauto Olavo de Carvalho: é o povo na rua!

Então, não podemos esquecer do dia 13 de março. Está aí a resposta para a indagação da canção do Plebe Rude, citada no início deste artigo. Vamos reagir ao “Monstro SIST” com nossas próprias armas! Vamos pra rua no próximo 13 de março, o dia em que o Brasil precisa parar para tomar um novo rumo.

Pacheco Maia é jornalista, vencedor do Prêmio Banco do Brasil de Jornalismo 2001 e escreve sobre mercado imobiliário desde 1998, quando iniciou na Gazeta Mercantil, onde atuou como correspondente até 2009. Ele escreve sobre Mercado Imobiliário às sextas-feiras no Toda Bahia. E-mail: pacheco.maia@todabahia.com.br

19 de fevereiro de 2016, 10:30

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