segunda-feira, 29 de abril de 2024

O mercado das artesanais na Bahia – por Ernesto Falcón

Quem apostava que na Bahia a produção das cervejas artesanais iria levar tempo pra ganhar corpo, se deu mal. Estamos distantes da concorrência dos estados do Sul e Sudeste do País, mas a verdade é que muitos empresários baianos já apostam na ideia e estão se dando bem.

Do apaixonado degustador ao produtor e lojista, todos acabam se envolvendo e, de certa forma, contribuindo para o fortalecimento do setor. Segundo a Associação dos Cervejeiros Caseiros Artesanais do Brasil (Acerva Brasil), atualmente, o Brasil ocupa a 25ª colocação no ranking mundial de consumo de cerveja, especialmente as pilsens, produzidas em larga escala. Somos o terceiro produtor de cervejas do mundo e as cervejas especiais respondem por apenas 5% das vendas totais da bebida no país. Além disso, o mercado de cerveja artesanal deve crescer 20% ao ano.

Modesto, o mercado baiano já apresenta sinais de vitalidade no setor. Prateleiras de shoppings e comércio da capital já demonstram esse olhar para as artesanais. Temos em média cinco “beer stores” na capital e outras espalhadas pelo interior  como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itacaré, Ilhéus, Lençóis, Itabuna e, recentemente, Jequié, que abriu um bistrô e um pub.

Claiton Santos, “maluco por cerveja”, como ele mesmo se intitula, proprietário da loja Vitrine da Cerveja (www.vitrinedacerveja.com.br), em Salvador, é uma referência no segmento. Claiton afirma que o mercado das artesanais no estado vem crescendo de forma linear. Segundo o empresário, nos últimos 12 meses houve um aquecimento considerável na área. Para ele o hábito de consumir as artesanais caiu no gosto dos baianos.

Modesta também é nossa produção, mas já promete alavancar o mercado. A Acerva Baiana (Associação dos Cervejeiros Artesanais da Bahia) agita esse setor desde 2007. Há dezenas de micro-cervejeiros espalhados pelo estado. Planejada para inaugurar nesse semestre em Lauro de Freitas, a Sotera, é a primeira cerveja artesanal baiana que buscará o seu lugar nas prateleiras dos mercados. Sua produção inicial será da ordem de 4 mil litros.

No Vale do Capão três produtores já atuam no segmento há mais de dois anos. Lá já se produz 20 tipos de cerveja inclusive o Hidromel, bebida fermentada  à base de mel, água e frutas. A produção pode ser pequena, mas a ousadia é do tamanho do estado.

Em novembro de 2014, pela primeira vez fora do eixo Sul-Sudeste, ocorreu em Salvador a 9ª edição do Concurso Nacional das Acervas e a Bahia levou dois importantes prêmios: o 1º lugar na categoria English e American Ale, com a cerveja Doctor Beer de Fábio Vieira Lima e o 2º lugar na categoria Russian Imperial Stout com a cerveja Carcará de José Frederico Hespanha Matt, da região de Mucugê.

Ernesto Falcón é jornalista, co-autor da coluna de cervejas especiais Brew, Bier, Bière e do blog www.brewbierbiere.com com José Lopes. E-mail: ernesto.falcon@todabahia.com.br

30 de maio de 2015, 10:30

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