sábado, 27 de abril de 2024

A esperança em 2016 – por Pacheco Maia

Nasceu o novo ano. “Segura que o filho é seu!”, é o que diz o povo quando o rebento não é lá essa gracinha toda. Pelo jeito, ninguém vai querer assumir as dificuldades que se anunciam. As expectativas que estão sendo noticiadas na mídia não são das mais alvissareiras para os próximos 365 dias.

Em uma olhada no noticiário, vejo estampado que serão eliminados 2,2 milhões de empregos formais, com carteira assinada. Se a devastação dos postos de trabalho começou pela indústria, agora vai se espalhar pelo comércio e serviços. A inflação continuará sua escalada acima dos dois dígitos. A recessão se aprofunda em dois anos consecutivos e bate recorde nacional. No biênio 2015/2016, o PIB encolherá 6,5%.

O cobertor da economia encurta, mas a população e suas necessidades permanecerão crescendo. Muita gente vai ficar desprotegida nesse mal tempo. O que é que a gente pode esperar em situações dessa natureza, senão, como já dito, desemprego, dificuldades financeiras, aumento ainda maior da violência. Salve-se quem puder.

Sagitariano, incorrigível otimista, embora tenha iniciado este artigo de forma tão desesperançada, eu acredito que 2016 possa surpreender. De que forma? Primeira coisa é não se conformar com as expectativas negativas. E, mais do que isso, com o clima que se está criando de que a gente vai ter que engolir a “Bruxa do Planalto” até 2018.

Dona Dilma já deu. Vá pra casa, minha senhora, e leva consigo essa cambada de arrivistas, petistas (pra não dizer outra coisa), que lhe acompanha! A renúncia seria a forma mais digna. Mas soberba, arrogante, mesquinha, recalcitrante, teimosa do jeito que é, fica difícil esperar dela qualquer ato de grandeza.

A solução para gente cabeçuda assim, não tem outra, é puxar pela mão veementemente para liberar o caminho. Impeachment nela! Ah, esse papo da legitimidade do voto… Sim concordo que exista, embora haja bastante controvérsia sobre a eleição de 2014, que não vou abordar aqui porque fica parecendo aquela velha história de choro de perdedor. Não é o caso.

Além dos crimes de responsabilidade atestados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e até confessados pela presidente, quando na virada do ano, rapou o tesouro para quitar as famigeradas pedaladas, há a ausência da legitimidade do exercício do mandato, como diz com propriedade o filósofo Roberto Romano.

Em entrevista esta semana ao jornal Valor, Romano foi bastante esclarecedor ao apontar a ilegitimidade do exercício do mandato de Dilma Rousseff:

“Nesse caso, temos aí não apenas as pedaladas, mas uma série de irresponsabilidades na governança que podem, se acumuladas e bem sintetizadas em processo de impeachment, levar à destituição da presidente. O fato de Dilma provocar essa incerteza econômica e social faz com que ela passe por um processo de perda de autoridade. Não existe poder político e estatal sem autoridade. E isso está lhe faltando. Está lhe faltando no seu próprio partido, o PT, que não é unânime em apoiá-la. Há uma série de fatores que não entram nessa questão das pedaladas, mas que definem bem a quase impossibilidade de governança da parte dela”.

Roberto Romano é um dos mais respeitados pensadores de nosso país. Ele foi na veia da questão. Como ele mesmo fala em outra parte da entrevista, Dilma não dá sinais de que pode enfrentar os problemas por que passa o Brasil, agravados pela sua péssima e incompetente gestão herdeira do populismo lulopetista.

Então, deveremos mesmo segurar a alça deste caixão até 2018, pagando pelos erros de um projeto de poder imoral, completamente desvinculado dos verdadeiros anseios da nação brasileira? Não! 2016 é o ano da virada, da volta do povo às ruas, da soberania popular prevalecer sobre os interesses menores de corporações e gangues. Impeachment já!

Pacheco Maia é jornalista, vencedor do Prêmio Banco do Brasil de Jornalismo 2001 e escreve sobre mercado imobiliário desde 1998, quando iniciou na Gazeta Mercantil, onde atuou como correspondente até 2009. Ele escreve sobre Mercado Imobiliário às sextas-feiras no Toda Bahia. E-mail: pacheco.maia@todabahia.com.br

01 de janeiro de 2016, 13:40

Compartilhe: