Viúva de Sérgio Vieira de Mello critica roteiro de filme sobre ele

Da Redação

Ao contar a história do diplomata Sergio Vieira de Mello, nome brasileiro mais importante no alto escalão da ONU, o filme da Netflix “Sergio” deu destaque também ao romance dele com Carolina Larriera. A viúva, porém, criticou à Veja o roteiro do filme e disse que não se identificou com sua personagem.

“A senhora foi consultada para a produção do filme Sérgio (exibido pela Netflix)? Reconheceu-se na Carolina interpretada por Ana de Armas?”, questionou a Veja nesta semana. ”Não fui procurada nem prestei consultoria. O filme é uma ficção. Há uma simplificação do nosso casamento. Sérgio já havia sido apresentado a minha família na Argentina e eu já conhecia a sua. Não sou eu aquela Carolina. Trata-se de interpretação livre. Conheci a equipe por acaso, um dia em que topei com o grupo em Ipanema”, disse.

“A senhora prepara alguma resposta ao filme?”, perguntou o jornalista da revista. ”Estou terminando de escrever um livro, em parceria com minha sogra, Gilda Vieira de Mello, sobre os detalhes do que aconteceu imediatamente depois do atentado”, disse Larriera.

Questiona sobre se sua mágoa persiste com relação à ONU, ela afirmou: “Sou sobrevivente de um atentado no qual perdi meu marido. Estava lá como funcionária da ONU. E agora as Nações Unidas não me reconhecem nem como funcionária sobrevivente nem como esposa”.

Atentado

Sérgio Vieira de Mello foi um filósofo e diplomata brasileiro, funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002. Em 19 de agosto de 2003 faleceu em Bagdá, capital do Iraque, juntamente com outras 21 pessoas, vítima de um atentado a bomba contra a sede local da ONU. A organização extremista Al Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e afirmou que Mello era o alvo principal do ataque.