sexta-feira, 26 de abril de 2024

Suplente de Flávio Bolsonaro, Paulo Marinho tem histórico polêmico

Thyara Araujo

O empresário Paulo Marinho, 66 anos, suplente do senador eleito Flávio Bolsonaro, tem histórico polêmico. Ele é suspeito na Justiça de ocultar um patrimônio de R$ 12,7 milhões em nome de parentes. A Justiça determinou a indisponibilidade de dois imóveis cuja propriedade é atribuída à mulher e à filha dele para quitar dívidas com empresa de Nelson Tanure. O credor também busca nos Estados Unidos o bloqueio de bens atribuídos a Marinho, como quatro imóveis.

Ex-marido da atriz Maitê Proença, Marinho tem proximidade com o atual governador de São Paulo, João Doria, e é considerado o conselheiro informal do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. A proximidade com a família Bolsonaro aconteceu por intermédio do então presidente do PSL, Gustavo Bebiano, de quem Marinho é amigo há mais de 30 anos. Eles trabalharam juntos nos anos 2000 no Jornal do Brasil, quando este era comandado por Nelson Tanure. Marinho era o vice-presidente e Bebiano o diretor jurídico.

Em 2001, o empresário esteve em evidência na mídia quando escutas feitas com autorização judicial revelaram conversas telefônicas nas quais ele combinava com Nelson Tanure (seu ex-sócio no estaleiro Verolme, em Angra dos Reis) uma maneira de minar o poder do banqueiro baiano Daniel Dantas numa disputa societária com Bruno Ducharme, presidente do grupo de telecomunicações canadense TIW. Dantas, com quem Marinho trabalhou no Banco Opportunity, lutava pelo controle das telefônicas Telemig Celular e Tele Norte Celular, adquiridas por ele em conjunto com o grupo do Canadá e fundos de pensão após a privatização da Telebrás, em 1998. Marinho apareceu relatando a Tanure uma conversa com o senador Jader Barbalho: “Dali vai sair muita coisa, o suficiente para pagar muitos compromissos”.

No ano passado, Marinho se envolveu diretamente na campanha à presidência de Jair Bolsonaro e montou em sua residência um estúdio para a gravação das peças publicitárias do candidato. Os jornalistas se acotovelavam no seu portão, porque era um dos poucos lugares onde o candidato que liderava as pesquisas ia regularmente. Segundo a Folha de S.Paulo, interlocutores que o conhecem dizem que ele não almeja ser senador e prefere continuar fazendo o que sempre fez: cultivando amigos e fazendo a ponte entre a iniciativa privada e os políticos.

19 de janeiro de 2019, 15:28

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