sexta-feira, 19 de abril de 2024

Rapidinhas: Só mais seis meses de fôlego financeiro

Foto: Betto Jr./ Secom

Davi Lemos

Em entrevista nesta segunda-feira (1) à tarde ao jornalista Uziel Bueno, do Programa Brasil Urgente (Band Bahia), o prefeito de Salvador Bruno Reis (DEM), afirmou ter somente mais seis meses de fôlego financeiro para custear os investimentos das ações contra a Covid-19. O prefeito defendeu as medidas restritivas determinadas por ele e pelo governador Rui Costa (PT) e não descartou a possibilidade de estender as medidas até o próximo domingo (7). Reis fez apelo para que os soteropolitanos respeitem as medidas restritivas e voltou a apostar na vacinação para que a cidade e a economia possam respirar.

Guerra de narrativas 1

Reprodução/Facebook de João Roma

“O governo Jair Messias Bolsonaro destinou mais de R$ 800 bilhões aos estados em 2020. Em muitos casos, os recursos encaminhados pela União representam mais do que os orçamentos dos estados”, escreveu no domingo (28), no Facebook, o ministro da Cidadania João Roma. Até bem poucos dias aliado incontestável de Reis e do presidente do DEM, ACM Neto, Roma salientou que foram recursos aplicados em benefícios para os cidadãos, na saúde, por exemplo, inclusive para o combate à covid-19, dando suporte a quem mais precisa. “Foram mais de R$ 294 bilhões de auxílio emergencial pagos aos mais vulneráveis”, salientou Roma.

Guerra de narrativas 2

Não somente João Roma, mas outros ministros do Governo Bolsonaro e o próprio presidente – além de deputados da tropa de choque presidencial – divulgaram esses dados nas redes. A ideia é dizer que o caos no enfrentamento ao Covid não é culpa do governo federal, que enviou os recursos. Na citada publicação de Roma, consta inclusive card que menciona R$ 67,2 bilhões para a Bahia. Tudo isso no mesmo final de semana em que Neto elogiou decisão do STF -leia-se Rosa Weber – que obrigou o Ministério da Saúde a voltar a custear os gastos com as UTIs na Bahia e em outros estados.

Contra todos

Bolsonaristas baianos, nas ruas e nas redes sociais, por sua vez, questionam o fechamento de UTIs e dos hospitais de campanha. Fizeram até um comentário jocoso: eram hospitais de campanha eleitoral? A piada foi referência ao oba-oba e ao vale-tudo durante a campanha municipal de 2020, quando o coronavírus, provavelmente por espírito cívico, deixou de contaminar, assim como não contamina os trabalhadores que retornam para casa em ônibus ainda mais lotados quando são reduzidos os horários de circulação das frotas e dos metrôs. Só se espera que o imbróglio não se estenda por mais seis meses: Bruno agradeceria.

Postagem feita pelo ministro João Roma (Foto: Reprodução)

01 de março de 2021, 19:15

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