RAPIDINHAS: O padroeiro e o arcebispo

Davi Lemos

O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, manifestou-se no início desta semana, em artigo publicado no Jornal A Tarde, sobre a ideia vinda da Câmara Municipal de Salvador de tornar Santa Dulce dos Pobres padroeira de Salvador em lugar de São Francisco Xavier, cujo culto é pouco lembrado pelos soteropolitanos. A ideia do vereador Sérgio Nogueira (PSDB) não encontrou guarida nas disposições do arcebispo primaz.

Inoportuno

“Tenho um carinho imenso por Santa Dulce dos Pobres e sinto-me privilegiado por ter participado ativamente de sua canonização. Vejo, contudo, inoportuna a ideia de torná-la padroeira de Salvador. Cabe-nos respeitar escolhas feitas por nossos antepassados e restituir a S. Francisco Xavier o lugar que ele merece ocupar”, escreveu Dom Murilo, em artigo que foi publicado também nesta quinta-feira (28) no site da Arquidiocese de Salvador.

Resgate

A intenção de Dom Murilo não é enterrar o passado da religiosidade soteropolitana, mas resgatar os seus alicerces. Oportunismos do baixo clero da política baiana não poderiam sepultar a devoção por São Francisco Xavier. O arcebispo lembrou que, com a expulsão dos jesuítas do Brasil em 1759, por ordem do Marquês de Pombal, a devoção a Xavier que era popular foi perdendo força. São Francisco Xavier era jesuíta.

Livro

Também nesta quinta-feira (28), Dom Murilo lança o livro “Documentos de Fundação e outros Registros da Arquidiocese de São Salvador da Bahia – Sede Primacial do Brasil” no Instituto Feminino da Bahia (Rua Monsenhor Flaviano, nº 01, Politeama), às 18h. A entrada será aberta ao público. Dentre outros documentos, a publicação reúne a Bula de Criação da Diocese, a Bula de Elevação da Diocese a Arquidiocese, o Breve que eleva a Catedral Metropolitana à categoria de Basílica. Também há decreto da Sagrada Congregação para os Bispos que reconhece a Arquidiocese como “Sede Primacial” do Brasil.