quinta-feira, 25 de abril de 2024

Rapidinhas: Neto resiste bem à elegibilidade de Lula

Foto: Reprodução/Facebook de Lula

Davi Lemos

O “Lula elegível” e, mais recentemente, o “Lula livre” determinados em decisões do STF – a primeira que entendeu não ser Sergio Moro juiz natural das ações contra Lula no âmbito da Lava Jato; a segunda ao apontar, na Segunda Turma do Tribunal, parcialidade do mesmo ex-magistrado – não apresentam ainda os benefícios à campanha do senador Jaques Wagner (PT) ao Governo da Bahia. Levantamento do Instituto Paraná (https://www.todabahia.com.br/acm-neto-lidera-primeira-pesquisa-para-governo-da-bahia/) aponta vantagem folgada do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Os números surpreenderam tanto democratas quanto petistas – os primeiros não esperaram cenário tão alvissareiro; os segundos, vantagem tão grande do democrata. O consenso: há ainda muita água (e uma pandemia) para rolar até outubro de 2022.

Sempre vítima

O presidente do STF, ministro Luiz Fux, pautou para o dia 14 de abril a apreciação no plenário do Supremo de recurso apresentado pela PGR para que sejam ainda discutidas tanto a competência quanto a isenção do ex-juiz Sergio Moro. Edson Fachin, que foi voto vencido na Segunda Turma ao lado de Kássio Marques, deseja ver revertida a declaração de suspeição de Moro – a tendência é que incompetência da 13ª Vara seja mantida, a suspeição seja derrubada e os processos contra Lula sejam remetidos à Vara Federal de Brasília. Em quaisquer cenários, a figura do “Lula vítima” de perseguição pelo “implacável” Moro será peça de narrativa para o petismo até 2022. Vai que cola.

Por falar nele…

E por falar em Moro, o ex-juiz não demorou tanto para se manifestar sobre a decisão da Segunda Turma que o considerou parcial. Quando ocorreu a decisão de Fachin, o ex-magistrado levou cinco dias para se manifestar e, naquela feita, foi ao Twitter para pedir que não houvesse ataques ao ministro que entendeu sua incompetência como juiz natural. “Tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões”, escreveu Moro em nota publicada no Twitter na quarta-feira (24), citando que suas sentenças contra Lula foram confirmadas pelo TRF-4 e pelo STJ. Alvo do petismo e da direita bolsonarista, o ex-magistrado é ainda visto como uma das vias alternativas aos dois polos vistos como “extremistas”.

Um judeu supremacista?

A polêmica sobre o gesto do assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Felipe Martins, durante audiência no Senado em que o chanceler Ernesto Araújo era questionado sobre política internacional em tempos de pandemia, ainda vem causando uma série de teorias nas redes sociais – quase todas ao estilo “que objeto você enxerga naquela nuvem”. Primeiramente visto como gesto obsceno, depois a imagem foi interpretada como de um “supremacista branco”. No Twitter, escreveu Martins: “Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao ‘supremacismo branco’ (…) serão processados e responsabilizados; um a um”.

O que diria Dylan

Martins tem na capa de sua página no Twitter a seguinte frase: “Do not go gentle into that good night” (algo como, “não adentrem esta boa noite com ternura”). A frase que inicia um dos mais famosos poemas de Dylan Thomas (1914 – 1953) também estava no manifesto escrito pelo pelo terrorista australiano Brenton Tarrant que, em 2019, atacou duas mesquitas na Nova Zelândia, matando 51 pessoas e ferindo outras 40. Thomas inspirou outro grande poeta contemporâneo: Bob Dylan, cujo nome artístico homenageia ao poeta britânico. Como sabemos, Bob não é supremacista, mas uma voz que entoa liberdade. Martins, por sua vez, disse que estava somente arrumando a lapela do terno e pode perder o emprego por andar amarrotado.

25 de março de 2021, 22:28

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