sexta-feira, 19 de abril de 2024

Rapidinhas: Doria descobre que o Brasil não é São Paulo

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Davi Lemos

A recondução do ex-deputado Bruno Araújo à presidência do PSDB nesta sexta-feira (12) demonstra que o governador de São Paulo, João Doria, não possui nem o domínio nem a hegemonia que imaginava ter dentro da sigla. Doria não conseguiu nem a presidência do partido nem a declaração de oposição ao presidente Jair Bolsonaro – parlamentares do partido no Congresso votaram no deputado Arthur Lira (PP/AL), tido como nome do bolsonarismo para a presidência da Câmara. O governador estava acostumado a ter vitórias “no grito”, como ocorreu quando disputou a indicação para concorrer à prefeitura de São Paulo (2016) e ao governo paulista (2018).

Aécio continua…

O deputado federal Aécio Neves (MG), cujo afastamento do partido foi pedido pelo governador paulista, permanece no partido, demonstrando que, mesmo com todo estrago na imagem que sofreu após as investigações da Lava Jato, continua com respaldo no tucanato. A bancada do PSDB na Câmara simplesmente ignorou a ideia de Doria de expulsar o mineiro. Na eleição para a presidência nacional do partido, ainda foi utilizado o argumento de que, na pandemia, seria melhor reconduzir os diretórios nacional e estaduais. E Bruno Araújo foi o candidato de Doria em 2019.

…e quer prévias em 2022

João Doria e Eduardo Leite (Foto: Governo de São Paulo/divulgação)

Para tripudiar o desafeto que imaginava que tomaria num movimento só a presidência do partido, Aécio indicou que unir o partido em torno de Doria não será assim tão fácil. O mineiro quer prévias em 2022 para a escolha do candidato à presidência e é aí que aparece um potencial adversário de Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O governador paulista disse que é “filho de prévias”, mas também entendeu que o Brasil não é mero quintal de São Paulo.

12 de fevereiro de 2021, 19:31

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