RAPIDINHAS: Churchill, Moro, garantias, justiça e rendição
Davi Lemos
O ministro da Justiça, Sergio Moro, de férias, deu um intervalo no descanso e foi ao Twitter para postar uma foto do ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill (1874 – 1965) ao lado da enigmática (ou nem tanto) frase: “Nunca nos renderemos”. O ex-juiz da Lava Jato não disfarçou a contrariedade com a sanção presidencial a emenda do deputado Marcelo Freixo (PSOL/RJ) que institui o “juiz de garantias”.
Mais Churchill
“Se você tem dez mil regulamentos, destruirá todo o respeito pela lei”. A frase do ex-premier britânico, trazida para hoje, pode traduzir a insatisfação dos lavajatistas com mais uma “benesse” a quem é processado. Pilares da esquerda afirmaram após a sanção do presidente Bolsonaro que, houvesse juiz de garantias, Moro não teria cometido tantos “abusos”.
Redes
A reação de personalidades das redes sociais, como Nando Moura e Danilo Gentilli, contém falas que apontam traição de Bolsonaro e enxergam o recuo do presidente na bandeira do combate à corrupção como concessão em defesa do filho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido/RJ). Muitos já compartilham nas redes sociais o nome do ministro Moro como candidato em 2022. À Presidência da República.
Ex-amigo?
Fontes do Planalto deixam escapar aos quatro ventos que Moro torna-se, a cada dia, figura “non grata” para o clã Bolsonaro, justamente por representar de forma mais sólida que o presidente o combate à corrupção. Na “esgotosfera” das redes, o ex-juiz federal já foi “acusado” até de ser esquerdista: posar, portanto, ao lado da estátua de Churchill, a quem apontou como exemplo “do passado e de sempre”, pode ser um bom álibi neste processo de fritura virtual para o qual não foi nomeado ainda nenhum garantidor.