sexta-feira, 29 de março de 2024

Rapidinhas: A reviravolta sobre as pesquisas de Didier “Doutor Cloroquina” Raoult

Foto: Itamar Crispim/Fiocruz

Davi Lemos

O professor francês de microbiologia, infectologia e medicina Didier Raoult, conhecido como um dos maiores incentivadores do uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce da Covid 19, publicou, na segunda-feira (18), em seu Twitter os resultados da pesquisa que realizou com a substância e afirmou: “A eficácia do HCQ + AZ (hidroxicloroquina mais azitromicina) na redução da duração do transporte viral, demonstrada em nosso estudo IJAA, foi confirmada, com subsequente demonstração de eficácia na mortalidade. Nunca mudamos de ideia”. O pesquisador deu a tuitada após o Le Fígaro (que foi replicado pela Época e outros sites brasileiros) afirmar que Raoult havia admitido a ineficácia da substância na redução de mortes por Covid 19.

Conclusões do estudo

O estudo assinado por Raoult e outros 17 pesquisadores franceses foi publicado em 24 de dezembro de 2020 no Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA e aponta que “no geral, os derivados de cloroquina foram benéficos e melhoraram a sobrevida na infecção por COVID-19. No entanto, é necessário um protocolo terapêutico padronizado com dosagem adequada (entre 400 e 1.000 mg / d). Estudos com dosagens mais altas foram associados a toxicidade significativa. Em nossa experiência, a dosagem de 600 mg / dia por 10 dias é adequada”. E ainda pontuou: “Um efeito benéfico significativo pode ser confirmado para a mortalidade e uma tendência foi encontrada para a eliminação viral”. O Le Fígaro errou sobre a afirmação de que Raoult admitiu a ineficácia da famigerada droga contra a Covid-19; se Raoult está realmente errado (ou certo) somente o tempo dirá.

Show da vacina 1

Em uma postagem realizada na noite de segunda-feira (18), o deputado estadual Soldado Prisco criticou o “espetáculo da vacina”. “Graças a Deus a vacina chegou para todos os brasileiros, mas o que estou vendo de forma estarrecida é o espetáculo da vacina: tem político que leva a primeira dose para o Cristo Redentor, tem político que faz ato para a mídia; estão politizando uma questão tão séria”, disse o deputado. Ele continuou: “E o custo desse espetáculo?”, indagou o parlamentar, que chamou as cenas de “patéticas”.

Show da vacina 2

Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Estados Unidos são somente alguns exemplos de países cujas vacinações foram iniciadas e realizadas por profissionais de saúde, sem presença de políticos. A intenção, claro, era não politizar uma questão de saúde; mas, como o Brasil vive tensão política ao mesmo tempo em que enfrenta a crise sanitária, vê-se a proliferação de políticos ao lado dos primeiros vacinados – inclusive causou extremo mal-estar entre os governadores a antecipação da vacinação pelo governador João Doria, em São Paulo, instantes após a liberação da Coronavac pela Anvisa. Segundo reportagem da CNN, Doria teria confidenciado ao governador Wellington Dias (Piauí) que o gesto do dia 17 era em função da disputa política contra o presidente Jair Bolsonaro.

19 de janeiro de 2021, 21:52

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