Para MPF, tudo indica que Vale privilegiou lucro em vez de segurança ao construir barragem
Em parecer enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o subprocurador-geral da República, João Pedro Saboia Bandeira de Mello Filho, afirmou que, até o momento, tudo indica que a Vale privilegiou o lucro à segurança ao construir a barragem que se rompeu em Brumadinho, Minas Gerais.
De acordo com o último balanço da Defesa Civil, 166 mortes foram confirmadas e 155 pessoas continuam desaparecidas.
Em nota, a Vale informou que “reitera que todas as suas barragens foram certificadas e receberam laudos atestando a estabilidade e segurança expedidos por auditorias externas e independentes, inclusive de empresas multinacionais”.
A afirmação foi feita por Mello Filho em um parecer no qual ele defendeu a manutenção da liberdade de dois engenheiros da TUV SUD, empresa que atestou a estabilidade da barragem no ano passado.
Andre Jum e Nakoto Mamba chegaram a ser presos mas foram soltos por decisão do STJ, que concedeu uma liminar (decisão provisória) que tem validade até que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) julgue o mérito do habeas corpus.
No parecer, o subprocurador-geral da República diz que a tragédia, pelas “proporções gigantesca”, “se deve não a qualquer fraude ou negligência dos técnicos, mas à decisão gerencial de utilizar uma técnica potencialmente perigosa, por motivos econômicos , no que diz respeito à escolha do local de construção”.