quinta-feira, 25 de abril de 2024

Novos indiciamentos por Brumadinho devem ocorrer após junho

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

Redação

De acordo com a Polícia Federal (PF), novos indiciamentos decorrentes das investigações da tragédia de Brumadinho (MG) não devem ocorrer antes de junho. Um balanço dos trabalhos foi apresentado nesta quinta-feira (16), nove dias antes do rompimento da barragem da mineradora Vale completar um ano.

Em setembro do ano passado, já havia sido anunciado o desmembramento dos trabalhos e 13 pessoas foram indiciadas por falsidade ideológica e uso de documentos falsos: sete eram funcionários da Vale e seis da consultoria Tüv Süd, empresa alemã que assinou laudo atestando a estabilidade da barragem. A apuração de crimes ambientais e contra a vida tiveram sequência. Segundo a PF, o indiciamento por homicídio depende da conclusão da perícia de engenharia que esclarecerá quais os motivos da ruptura da barragem.

“Há uma estimativa de que esta perícia seja concluída até junho, mas gostaria de ressalvar que ela começou efetivamente após o fim da coleta de dados, no mês de dezembro”, afirma o delegado Luiz Augusto Pessoa Nogueira, chefe das investigações e da Delegacia de Prevenção aos Crimes contra o Meio Ambiente. “Somente a partir daí poderemos dizer se houve crime de homicídio, seja doloso ou culposo”, esclareceu.

Desafio

Desde a tragédia, ocorrida em 25 de janeiro do ano passado, 259 corpos foram resgatados. A maioria dos mortos eram trabalhadores da própria Vale ou de empresas terceirizadas que prestavam serviço para a mineradora. Permanecem desaparecidas onze pessoas e o Corpo de Bombeiros prossegue com as buscas. A avalanche de lama também destruiu comunidades, devastou vegetação e poluiu o Rio Paraopeba, que abastece parte da região metropolitana da capital mineira.

O grande desafio, segundo a PF, é esclarecer qual foi o gatilho da liquefação, isto é, o que fez com que o rejeito, que estava sólido dentro da barragem, se convertesse em fluido. Para alcançar essa resposta, parcerias têm sido firmadas fora do país. Em novembro do ano passado, com intermediação do Ministério Público Federal (MPF), foi anunciado um acordo com a Universidade Politécnica da Catalunha, sediada em Barcelona, na Espanha. Pesquisadores da instituição estrangeira estão responsáveis por um trabalho de modelagem e simulação por computador para identificar as causas do rompimento da barragem.

17 de janeiro de 2020, 06:01

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