quinta-feira, 18 de abril de 2024

Novo presidente da Fundação Palmares afirma que escravidão foi benéfica para descendentes

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Redação

O novo presidente da Fundação Cultural Palmares chama-se Sérgio Nascimento de Camargo. O órgão é responsável pela promoção da cultura afro-brasileira. No entanto, o novo titular afirma que no Brasil não há racismo, que a escravidão foi benéfica para os descendentes e que o movimento negro deveria ser extinto.

A nomeação foi uma das mudanças de cargo na área de cultura publicadas nesta quarta-feira (27) no Diário Oficial da União. Camargo é um usuário frequente de redes sociais, onde defendeu o fim do feriado da Consciência Negra, criticou manifestações culturais ligadas à população negra e atacou diversas personalidades negras, do casal de atores Taís Araújo e Lázaro Ramos à ex-vereadora Marielle Franco.

No dia 15 de setembro, Camargo publicou que no Brasil existe um racismo “nutella”, ao contrário dos Estados Unidos, onde existiria um racismo “real”. “A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda”, disse. Em 27 de agosto, havia escrito que a escravidão foi “terrível, mas benéfica para os descendentes” porque negros viveriam em condições melhores no Brasil do que na África.

No dia 16 do mesmo mês, afirmou que o movimento negro precisa ser “extinto” porque “não há salvação”. Em outra ocasião, escreveu que “merece estátua, medalha e retrato em cédula o primeiro branco que meter um preto militante na cadeia por crime de racismo”. Também já disse sentir “vergonha e asco da negrada militante”.

O Dia da Consciência Negra é um dos alvos preferenciais do novo presidente da Palmares. Ele defendeu a extinção do feriado por decreto, porque ele causaria “incalculáveis perdas à economia do país” ao homenagear quem ele chamou de um “um falso herói dos negros”, Zumbi dos Palmares — que dá nome à fundação que ele agora preside. Também já afirmou que o feriado foi feito sob medida para o “preto babaca” que é um “idiota útil a serviço da pauta ideológica progressista”.

 

27 de novembro de 2019, 22:02

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