Ministro mantém multa à Crusoé, mesmo com retirada da matéria do ar

Mesmo depois de retirada do ar a reportagem “O amigo do amigo do meu pai”, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, multou a revista Crusoé em R$ 100 mil. Segundo a publicação, a notificação veio do desembargador Cesar Mecchi Morales, instrutor do gabinete de Moraes, que expediu despacho em que constava o “descumprimento” da decisão, reiterando que a matéria seja retirada do ar.

A Crusoé afirma que retirou o conteúdo do ar assim que recebeu a primeira ordem do ministro. A determinação de Moraes é direcionada ao texto que expõe e-mail da Odebrecht no qual é citado o presidente do STF, Dias Toffoli. Após a decisão, a Crusoé emitiu uma nota contra a decisão do ministro e denunciou o caso como censura.

Alexandre de Moras, por sua vez, não fez nenhuma declaração sobre sua decisão, mas, segundo o Estadão, interlocutores próximos ao ministro afirmam que ele diz que não impôs censura à publicação, pois “liberdade de imprensa impede a censura prévia, mas não responsabilização posterior”. Ele disse ainda que “a notícia se baseou na PGR, que a desmentiu, mas, mesmo assim, insistiram na ‘fake news'”.