domingo, 28 de abril de 2024

Miliciano morto na Bahia tinha ‘certeza’ de que queriam matá-lo para ‘queimar arquivo’

Foto: Reprodução

Da Redação

O miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como “capitão Adriano”, morto na manhã deste domingo, 9, pela polícia da Bahia, estava convencido de que queriam matá-lo, não prendê-lo. Nos últimos dias, tanto ele quanto sua esposa relataram que tinham certeza de que havia um plano de “queima de arquivo” em curso contra o ex-policial militar.

O ex-capitão do Bope nunca havia falado diretamente com seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, até a quarta-feira passada. Foi quando, preocupado com os últimos movimentos da polícia, ligou para ele e relatou que tinha “certeza” de que queriam matá-lo para “queimar arquivo”. A viúva do miliciano também fez o mesmo relato.

Ao Estadão, Catta Preta negou que Nóbrega tenha uma pistola austríaca calibre 9mm, que, segundo a Polícia da Bahia, o miliciano usou a arma para atirar nos policiais quando foi abordado na manhã deste domingo. O advogado disse que tomará todas as “medidas cabíveis” para que a morte de seu cliente seja investigada de forma independente.

“Eu estranhei ele me ligar, porque nunca havíamos conversado. Me disse que estava ligando porque estava muito aflito, que tinha absoluta certeza de que foram atrás dele não para prender, mas para matar”, disse o advogado, segundo a publicação.

Outras pessoas próximas a Nóbrega, que preferem não se identificar, também relataram ao Estadão o temor que o miliciano tinha de que poderia ser assassinado.

Apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo que atua na zona oeste do Rio, Adriano é citado nas duas investigações de maior repercussão do Ministério Público fluminense: a da morte da vereadora Marielle Franco e a que apura o suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual.

09 de fevereiro de 2020, 19:32

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