terça-feira, 30 de abril de 2024

Mercados tremem aos pés de Trump – por Rommel Cavalcanti

Algo inusitado e histórico aconteceu na madrugada deste dia 9 de novembro de 2016. Sob os olhos estupefatos e incrédulos de todo o planeta, o republicano Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.

O homem escolhido pelos norte-americanos para governar o seu país e o mundo está longe de ser um estadista. Sem qualquer experiência política relevante em seu currículo, ele salta direto do mundo dos negócios e dos programas de televisão para ocupar o cargo de maior poder na nação mais poderosa da Terra.

O perfil espalhafatoso e as ideias desconexas e absurdas de Trumpdurante a campanha eleitoral deixaram o mundo assustado com a possibilidade de um aventureiro como ele assumir a Casa Branca. E não deu outra!

Durante a madrugada, o mercado financeiro já estremecia à medida que a apuração avançava. Quanto mais evidente se tornava a vitória do republicano, mais as bolsas asiáticas caíam. Houve quedas expressivas no Japão (5,36%), em Taiwan (2,98%), na Coreia do Sul (2,25%), em Hong Kong (2,16%)e na Austrália (1,94%), enquanto na China a queda foi menor (0,61%).

As bolsas europeias abriram em baixa e foram reduzindo as perdas durante a manhã. Segundo os analistas, o discurso do presidente eleito acalmou as expectativas negativas do mercado. Por volta das oito horas da manhã de Brasília, as quedas já eram menores que na abertura do pregão na Alemanha (0,51%), Espanha (1,61%), França (0,7%), Itália (1,22%) e em Portugal (1,91%).

Aqui no Brasil, o mercado seguia a tendência mundial de nervosismo. Por volta das dez horas da manhã, a bolsa caía 2,63% e o dólar subia 1,64%.

Caso Donald Trump cumpra as promessas tresloucadas de campanha, a economia americana se tornará mais protecionista, o que é ruim para o comércio internacional. Propondo preservar os empregos dentro dos Estados Unidos, ele sugere rever todos os acordos comerciais firmados pelos americanos com o resto do mundo a fim de reduzir o déficit americano nessas transações.

Nesse sentido, a situação não seria favorável para vários dos atuais parceiros comerciaisyankees, entre eles o Brasil. Não se sabe, contudo, se o falastrão republicano sequer tentará implementar aquilo que disse pretender fazer se fosse eleito. E, mesmo que ele tente, pode ser que tenha dificuldade de realizar as diversas ideias radicais lançadas na campanha.

Tomara que o seu discurso tenha tido a única intenção de ganhar mais votos do eleitorado e que ele esqueça as esdrúxulas fantasias malucas que externou nos últimos meses. O mundo inteiro anseia por isto.

Rommel Cavalcanti é graduado em Economia e Direito, Mestre em Desenvolvimento e Gestão Social, com MBA em Economia pela George Washington University e especialização em Gestão de TIC, Direito do Trabalho e Direito Processual. Ele é auditor fiscal pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz) e escreve sobre economia às quartas-feiras no Toda Bahia. E-mail: rommelcavalcanti@yahoo.com.br

09 de novembro de 2016, 12:30

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