IBGE: União homoafetiva dispara no Brasil após eleição de Bolsonaro
Redação
Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em todo o país, foram registrados 9.520 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, o que indica uma alta de 61,7% em relação a 2017.
Os números fazem parte das Estatísticas de Registro Civil 2018. Os especialistas analisam que o aumento se deve ao fato de muitos casais gays anteciparem o matrimônio por temerem a retirada de direitos civis por causa da eleição de Jair Bolsonaro.
Apesar das ameaças e pressões de setores conservadores, base de apoio a Bolsonaro, não houve, até o momento, nenhuma medida do governo federal no sentido de restringir uniões homoafetivas.
A pesquisa mostrou que a tendência de aumento se repetiu em todas as regiões do país. No Nordeste, o percentual chegou a 85%.
Os números apontam, quando analisados mês a mês, que a alta ocorreu especialmente no fim do ano, ou seja, após o resultado definitivo das eleições. Em janeiro de 2018, por exemplo, o número de uniões entre mulheres foi de 293 e, entre homens, de 196.
Já em outubro, os registros entre os homens somam 268, chegando a 415 em novembro e saltam para 1.172 em dezembro. O mesmo ocorre entre as mulheres. São 409 em outubro, 554 em novembro e 1.886 em dezembro.
As mulheres gays puxaram a tendência de alta nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo em 2018, com um aumento de 64,2%. Entre os homens, o aumento foi de 58,3%.