terça-feira, 23 de abril de 2024

Homem é impedido de entrar em mercado de Salvador por usar short curto; confira vídeo

Foto: Reprodução

Da Redação

Um estudante de psicologia denunciou, nas redes sociais, que sofreu preconceito em um supermercado no bairro de Itapuã, em Salvador, ao ser impedido de entrar no estabelecimento por, segundo o segurança, usar short curto. O caso aconteceu na noite de sábado (19).

Marcos Pascoal, de 25 anos, afirma que foi impedido por um funcionário que fazia sinais de negativo quando ele tentava entrar no supermercado Walmart. Depois, ao questionar sobre o que estava acontecendo, ouviu de outro funcionário que não poderia entrar no local com o short que usava porque ele era feminino.

O Grupo BIG, responsável pela administração do supermercado, disse que o caso é “inadmissível e que não corresponde aos procedimentos e valores da empresa”.  A empresa também alertou que vai tomar as medidas cabíveis, como o afastamento do segurança terceirizado, e que está em contato com Pascoal colocando-se à sua disposição para toda assistência necessária nesse momento.

 

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Tentaram me impedir de entrar no supermercado, perguntei o motivo e olha só o show de horrores: Ajudem a divulgar isso! Tenho que ME VESTIR COMO HOMEM porque ofendo crianças. Mas só EU, outras pessoas não. Que nome se dá pra esse tipo de discriminação? Só um adendo: se a opinião de quem está à frente do mercado me acha indigno de entrar ali por causa da minha roupa e que não posso ser visto pelas crianças (sou mau exemplo?), que guarde para si. Quando essa opinião tenta me barrar em um local de acesso público, temos um problema. Explicando toda a situação: Na noite de ontem, ao tentar entrar no Walmart de Itapuã, em Salvador, um funcionário tentou negar a minha entrada porque eu estava com um short curto. Mediante a vergonha da cena, abaixei o short duas vezes perguntando ao funcionário se com aquele tamanho eu poderia entrar. Ele fez sinais gestuais dizendo que não, abaixei mais um pouco, já humilhado naquela situação, e consegui entrar. Na hora da saída, ajeitei meu short e novamente vieram me repreender. Dessa vez, questionei ao segurança do vídeo sobre o porquê de todo esse incômodo comigo e a resposta foi essa que vocês estão vendo. Não gritei, não xinguei e nem agredi ninguém. A única coisa que eu fiz foi fazer perguntas, pedir esclarecimentos. Eu sou um homem gay, negro e pobre. Eu não iria cair na besteira de fazer “barraco” porque a gente sabe qual o lado fraco da corda. E todos nós sabemos que o sistema não dá a mínima para vidas como a minha. Também não posto sem o mosaico nos rostos porque, ao contrário do mural público que a internet parece ser, as pessoas tem o direito de ter sua imagem preservada e eu não quero receber processos por isso. Minha advogada está entrando com uma ação contra o supermercado por todo o vexame que ele me fez passar. É isso, não se calem mas também tentem agir com cuidado nessas situações, se possível. Deixe o outro tropeçar em suas próprias palavras, ele tem que se justificar, não eu. Do mercado, mais preparo e responsabilidade. Dos funcionários, mais humanidade.

Uma publicação compartilhada por Pascoal De Oliveira (@qualfoipascoal) em

21 de setembro de 2020, 16:07

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