sexta-feira, 19 de abril de 2024

História da comunidade Guerreira Zeferina já pode ser conferida em documentário

Foto: Divulgação/PMS

O documentário “Zeferinas – Guerreiras da Vida”, lançado em sessão especial, realizada no início da noite, com a presença do prefeito ACM Neto e do vice, Bruno Reis, já está disponível no site zeferinas.com.br. Entre os convidados da sessão de ontem, no Espaço de Cinema Glauber Rocha, estavam moradores do conjunto habitacional.

ACM Neto salientou que a obra foi inspirada na história de vida de mulheres que moram no Conjunto Habitacional Guerreira Zeferina, entregue pela Prefeitura em 2018, e que são consideradas verdadeiras guerreiras. “Elas acreditaram, há muitos anos, que um dia poderiam realizar o sonho de morar em lugar digno, em um conjunto habitacional de natureza popular mais bonito do Brasil e que, depois de muita luta e dificuldade enfrentadas por essas famílias, que sequer tinham sanitário em casa, conseguiram realizar esse sonho”, afirmou ACM Neto.

O prefeito afirmou ainda que o documentário também aproveita para fazer um paralelo com a história de luta dos escravos pela libertação do povo baiano, no século XIX. “Essa é uma história que sempre deve ser lembrada porque essa é uma reparação permanente que a sociedade tem que fazer. Agora, a gente tem essa oportunidade de contar essa história para o Brasil e para o mundo. Além disso, as pessoas também vão saber quem foi a guerreira Zeferina e vão entender porque dá nome ao conjunto habitacional, escolhido pela própria comunidade”, completou.

Representatividade

A trajetória da comunidade localizada em Periperi, no Subúrbio Ferroviário, é contada por quatro moradoras: Cassileide, Vanda, Tâmara e Miriam. Elas relatam desde a chegada ao local em busca de moradia, relembram o medo de viver em condições subumanas, e demonstram a sensação de orgulho e sonho realizado com a casa própria e um local mais digno de viver com a família.

O papel da guerreira Zeferina foi interpretada pela atriz Edvana Carvalho, uma das fundadoras do Bando de Teatro Olodum e que ressaltou a importância da representatividade da mulher negra na tela. “Está de parabéns a Prefeitura nesse sentido. Acho que o documentário vem reafirmar e deixar registrado isso para a posteridade de que nós, mulheres negras, sempre fomos de luta. É importante que a luta das mulheres negras do passado e de hoje seja registrada. É muito bom e louvável quando a gente se vê de uma forma heroica”, afirmou.

Realização

Realizado pela Prefeitura com produção da agência Propeg, o filme foi dirigido por Márcio Cavalcanti (“Sou Carnaval” e “Bahêa, Minha Vida”). Com quase 25 minutos de duração, a obra faz um paralelo entre as guerreiras do tempo presente, que têm uma história de superação, com a heroína do passado, que é a inspiração para o nome da comunidade que teve a face transformada pela construção do conjunto habitacional pelo município, a partir de 2018.

Com entrevistas emocionantes e reveladoras, além de imagens fortes da antiga Cidade de Plástico e da paisagem que compõe a realidade atual das “zeferinas”, o documentário resgata esse elo, mostrando os maiores conflitos da trajetória de cada “guerreira” que habita o local, que fica às margens da linha férrea.

O pontapé inicial da obra foi fazer o resgate da trajetória da guerreira Zeferina de 1826, intercalando com a história das mulheres lutadoras da atualidade. As gravações duraram dez dias, sendo nove na comunidade e um para filmagens de reconstituição histórica no Parque São Bartolomeu. Além dos depoimentos, o filme relembra os 14 anos de existência da Cidade de Plástico – referência à lona que servia de teto para os barracos feitos de madeirite.

14 de maio de 2019, 08:33

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