quinta-feira, 25 de abril de 2024

Exclusivo: Eleição de Dom Joel Amado, novo secretário-geral, foi golpe duro na esquerda da CNBB

Foto: ARQUIDIOCESE RIO DE JANEIRO

Davi Lemos

A eleição de Dom Joel Amado para a secretaria-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi um duro golpe para a ala esquerdista da instituição que, dentre outros aspectos, desejava uma oposição dos bispos católicos ao presidente Jair Bolsonaro. Mas Dom Joel, que é bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, obteve uma vitória esmagadora sobre o candidato da esquerda católica, Dom Joaquim Mol, bispo-auxiliar de Belo Horizonte. O último obteve somente 19 votos; enquanto Joel Amado alcançou 217 votos.

Fontes ouvidas por Toda Bahia na manhã desta terça-feira (7) apontam que a esquerda católica ficou enraivecida com a escolha de Dom Joel; mas a esquerda que era mais barulhenta na CNBB mostrou-se reduzida a poucos bispos. Foi considerado também como um duro golpe em Dom Joaquim Mol, que defende que a Igreja atualize até mesmo a própria doutrina para os tempos atuais. Os católicos mais tradicionais consideravam que a vitória do bispo mineiro representaria a derrota da doutrina bimilenar católica, do Evangelho, da Igreja e uma manipulação da imagem de Cristo.

“A eleição mostra que os bispos da CNBB, em sua maioria, não estavam satisfeitos com a condução de Dom Leonardo Steiner (ex-secretário-geral). Calados, votaram em Dom Joel, quando o grupo da esquerda pensava que ia conseguir emplacar Dom Mol”, disse um bispo ouvido por Toda Bahia. Dom Joel teve apoio de peso: o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, considerado conservador.

Orani era um dos favoritos para a eleição para presidente, mas teve o nome enfraquecido após as denúncias do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que o envolvia em um esquema de desvio de recursos de uma empresa do ramo da saúde, a Pró-Saúde. O arcebispo do Rio, porém, viu eleito secretário-geral seu bispo-auxiliar. Sob a direção do ex-secretário-geral, Dom Leonardo Steiner, a CNBB emitiu nota contra a reforma da Previdência de Bolsonaro. Agora a tendência é de apoio à Reforma entre os bispos católicos.

07 de maio de 2019, 14:55

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