Exclusivo: Baianas de acarajé processam jornalistas que repercutiram festa de ex-diretora da Vogue Brasil
Carlos Macedo
Em fevereiro do ano passado, uma foto que trazia a então diretora da Vogue Brasil, Donata Meirelles, esposa do publicitário Nizan Guanaes, sentada em uma poltrona ladeada por mulheres negras vestidas de baiana, causou uma enorme polêmica na imprensa e nas redes sociais. Donata Meirelles, que na ocasião comemorava os seus 50 anos, foi acusada de racismo pelo fato de o tema da festa remeter aos tempos de escravidão do Brasil Colônia.
No entanto, a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam) não gostou nem um pouco da repercussão negativa e entrou com um processo contra duas influentes jornalistas baianas que se manifestaram sobre o assunto naquele período. O Toda Bahia teve acesso ao processo, que segue em segredo de justiça.
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A entidade alega que, por conta da repercussão negativa, acabou perdendo dinheiro e acusa as jornalistas de difamação, já que na época a coordenadora da Abam, em entrevista ao jornal A Tarde, afirmou que a polêmica foi fruto de uma “má interpretação”.
“As cadeiras não estavam representando escravidão, muito menos estávamos submetidas ao papel de escrava. Pensar isso da gente é vergonhoso. Foram quatro cadeiras daquelas espalhadas pelo espaço da festa para as baianas sentarem. Durante a foto, nós que sugerimos que a Donata sentasse na cadeira, no centro de todas. Afinal, a aniversariante é o centro das atenções, né?”, declarou Angelimar Trindade na época.
A audiência preliminar está marcada para o próximo dia 28, na 16ª Vara Criminal, em Salvador.
Diversos convidados famosos, entre artistas, jornalistas e autoridades, também foram criticados por participarem do evento. Além disso, o Governo do Estado foi questionado por ter cedido o Palácio da Aclamação para a festa. Pressionada diante da polêmica, Donata Meirelles acabou pedindo demissão da Vogue Brasil.
