sexta-feira, 26 de abril de 2024

Ex-mulher de Bolsonaro se diz “boazinha” e é peça-chave no inquérito da “rachadinha”

Foto: Reprodução/Facebook

Da Redação

Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está de volta ao Brasil, após passar 35 dias na Noruega. Ela aguarda em Resende, no interior do estado do Rio de Janeiro, a chegada da intimação do Ministério Público para depor sobre a suposta prática de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando este exercia o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), de 2003 e 2019.

Os promotores acreditam que a ex-mulher de Jair Bolsonaro pode ajudar a elucidar o caso, de acordo com Veja. Ana Cristina foi casada com o presidente até 2008. Nessa época, chefiou o gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, o terceiro filho do presidente, mas também tinha vínculos no gabinete de Flávio (primogênito).

O MP acredita que a ex-mulher do presidente pode saber de detalhes do suposto esquema operado pelo ex-policial Fabrício Queiroz, que recolheria parte dos salários dos funcionários. Além da ex-mulher, o MP quer ouvir o pai dela, José Procópio Valle, a irmã dela, Andrea Siqueira Valle, seus primos Daniela de Siqueira Torres Gomes, Francisco Diniz e Juliana Vargas e seus tios Guilherme dos Santos Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz — todos ex-funcionários do gabinete de Flávio.

A ex-mulher de Bolsonaro garante que nada tem a revelar que possa comprometer o vereador, o senador ou ex-marido. Ana Cristina é considerada pelos promotores como uma peça-chave nas investigações. Um documento revelado por Veja em 2018, mostra que ela afirmou em juízo, durante seu processo de divórcio com Bolsonaro, que a renda mensal do marido chegava a R$ 100 mil. Na época, o então deputado recebia R$ 26.700 de salário e mais R$ 8.600 de aposentadoria como militar da reserva. Para chegar aos R$ 100 mil, a ex-mulher afirmou que ele tinha “outros proventos”. O MP quer saber se isso tem algo a ver com a rachadinha de Flávio.

A Veja, em 2018, Ana Cristina afirmou que os “outros proventos” nada mais eram que palavras de “uma mulher magoada” por causa da separação. Perguntada novamente, ela agora diz que não se lembra.

Uma pessoa próxima à ex-mulher conta ela jamais faria algo para prejudicar o presidente ou sua família, embora até hoje ainda se sinta magoada. Perguntada à respeito, Ana Cristina é enigmática: “Ex-mulher merece mesmo ficar esquecida? Espero que ele (Bolsonaro) ao menos me consiga uma legenda para poder disputar uma vaga de deputada federal nas próximas eleições, porque eu sou uma ex-mulher boazinha.”

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