sexta-feira, 26 de abril de 2024

Celebração a Santa Dulce dos Pobres lota Arena Fonte Nova

Foto: Valter Pontes/SECOM

Redação

Valter Pontes/Secom

Milhares de fiéis à Arena Fonte Nova participaram da missa celebrada pelo arcebispo primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, para Santa Dulce dos Pobres neste domingo (20).

Entre as autoridades presentes, estavam o governador Rui Costa, o vice-governador, João Leão, o prefeito ACM Neto, o vice-prefeito, Bruno Reis, o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Leal, e o presidente da Câmara de Vereadores Geraldo Júnior. O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, também acompanhou a celebração.

Na cerimônia, Dom Murilo Krieger ressaltou que a canonização de Santa Dulce dos Pobres não é importante somente para religião católica.

“Ela é um exemplo para todos nós. Eu tenho certeza que os nossos irmãos, sejam de que religião forem, reconhecem

Mateus Pereira/GovBA

a generosidade de Irmã Dulce e também que ela fez o bem para todos, sem perguntar de qual religião era a pessoa que recebia a ajuda. Assim, todos vamos aprendendo a nos respeitar mutuamente”.

Santa Dulce dos Pobres

Irmã Dulce nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador. Aos 7 anos, ela perdeu a mãe e, aos 13 anos, já acolhia mendigos e doentes na casa onde morava com o pai e os irmãos, no bairro de Nazaré, na capital baiana. A vida religiosa começou aos 18 anos, quando, após se formar como professora primária, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus

Somente aos 19 anos, em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de Irmã Dulce em homenagem à mãe, que se chamava Dulce Maria. Naquele mesmo mês, ela viveu seis meses em São Cristovão (SE) e depois voltou para Salvador. Em 1935, iniciou a assistência à comunidade carente, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que foi formado no bairro de Itapagipe, na capital baiana

Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas, em um local de Salvador conhecido como Ilha dos Ratos. Nos imóveis, acolheu enfermos e desabrigados. Ainda na década de 30, ajudou operários do bairro de Itapagipe, em Salvador, a formarem a União Operária São Francisco. Logo depois, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, fundou o Círculo Operário da Bahia

Mateus Pereira/GovBA

Junto aos trabalhadores, ela inaugurou um colégio para os filhos dos operários e ainda ajudou a fundar os cinemas Plataforma e São Caetano, além do Cine Teatro Roma; a renda obtida nos cinemas contribuía para a manutenção do Círculo Operário. Na década de 60 transformou um galinheiro do Convento de Santo Antônio em albergue. Mais tarde, o lugar deu origem ao Hospital Santo Antônio, no Largo de Roma, em Salvador, e às obras sociais que levam o nome dela

Em 13 de março de 1992, faleceu em Salvador. Em 2011, foi nomeada beata. Em 13 de outubro de 2019 foi canonizada e se tornou santa com o nome Santa Dulce dos Pobres.

Toda Bahia

Beatificação

Irmã Dulce foi beatificada em 2011, após ter o primeiro milagre reconhecido. A graça alcançada foi a recuperação de Cláudia Araujo, que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica. Após beatificada, Dulce Lopes Pontes passou a ser chamada ‘Bem-aventurada Dulce dos Pobres’.

Valter Pontes/Secom

Para ser considerada santa, Irmã Dulce precisaria ter um segundo milagre reconhecido, o que ocorreu em maio deste ano. O miraculado, o maestro soteropolitano José Maurício Moreira, voltou a enxergar após fazer uma oração para a então beata. Ele teve glaucoma e começou a perder a visão em 1999. Em 2000, ele já estava cego, mas voltou a enxergar em 2014.

20 de outubro de 2019, 19:16

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