sábado, 20 de abril de 2024

Bahia presta homenagem aos povos indígenas na Semana do Dia do Índio

Foto: Reprodução/Instagram EC Bahia

O Esporte Clube Bahia criou um núcleo de ações afirmativas, incumbido de abraçar causas sociais além dos gramados. Depois de reverenciar personalidades negras, protestar contra a intolerância religiosa e levantar a bandeira LGBT, o clube preparou homenagens aos povos indígenas nesta semana do Dia do Índio (19 de abril). Na última terça-feira, a equipe baiana lançou a campanha “Não tem jogo sem demarcação”, em que se posiciona favorável à urgência de reconhecimento das terras indígenas.

Em um vídeo que conta com a participação de 12 representantes pataxós, o Bahia divulga a hashtag #DemarcaçãoJá após exibir uma mensagem contundente em apoio à reivindicação dos índios: “Nossa partida é a nossa luta. Nossas vidas estão em disputa. É preciso cumprir a regra. Sem demarcação, não tem jogo”. O clube estampou as camisas dos jogadores com nomes de indígenas no jogo contra Londrina, pela Copa do Brasil,  e vai repetir o feito na Fonte Nova neste domingo (21), quando enfrenta o Bahia de Feira pela final do Campeonato Baiano. Uma tribo de pataxós já havia entrado em campo com o time e visitado o estádio no jogo diante do Atlético-PR, pelo Brasileirão 2018.

Entre os homenageados estão lideranças históricas, como Crispim de Leão, cacique da tribo Sateré-Mawé que morreu em combate durante a revolta da Cabanagem, no século XIX, Galdino Pataxó, assassinado em Brasília no fim dos anos 90, e Mário Juruna, cacique xavante que se tornou o primeiro deputado federal indígena do país, além de referências atuais, a exemplo de Sônia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e candidata a vice-presidente na chapa encabeçada por Guilherme Boulos, do PSOL. O ex-jogador Mané Garrincha também será lembrado, já que era descendente dos índios fulniôs, de origem pernambucana, porém radicados em Alagoas.

Estado com a maior população indígena do Nordeste, a Bahia tem sido palco de violentos conflitos por terra nos últimos anos e sofre com a lentidão dos processos de demarcação. Algumas ações de ampliação de reserva e reintegração de posse tramitam há quase duas décadas.

20 de abril de 2019, 00:21

Compartilhe: