terça-feira, 16 de abril de 2024

Aplicativo FaceApp recolhe dados de usuários às custas de filtros

Foto: Reprodução/FaceApp

Chama-se FaceApp e o mesmo escalou os “tops downloads” nas lojas de aplicativos. O aplicativo tornou-se viral porque prevê a nossa aparência quando formos mais velhos ou até mesmo se tivéssemos um corte de cabelo ou cor de olhos diferente. O sucesso tem motivado alertas de especialistas: a empresa russa Wireless Lab, criadora do aplicativo, tem vindo colhendo informações sobre os usuários e a construindo uma enorme base de dados à custa de filtros e outras funcionalidades. E o mais importante: com a autorização dos mesmos.

Nos últimos dias, várias foram as imagens compartilhadas nas redes sociais que mostram, através de um filtro de envelhecimento, qual será a aparência dos usuários quando forem mais velhos. Através da inteligência artificial, este aplicativo – atualmente em primeiro lugar nas listas de apps gratuitos mais baixados da Google Play e App Store – disponibiliza ainda aos usuários várias outras funcionalidades para transformarem o seu rosto.

O aplicativo e empresas parceiras têm vindo a reunir assim um conjunto de informação sobre os usuários, com a sua autorização, nomeadamente no que diz respeito ao histórico de navegação do browser.

Na política de privacidade, os criadores do aplicativo especificam que os usuários, ao fazerem download da aplicação, estão concordando em fornecer “diretamente” fotografias e outros materiais que publicam através daquele serviço, assim como o histórico de navegação. “Usamos ferramentas de análise de terceiros para nos ajudar a medir o tráfego e as tendências de uso do serviço. Estas ferramentas reúnem informação enviada pelo seu dispositivo ou pelo nosso serviço, incluindo as páginas web que visita, add-ons, e outra informações que nos ajudem a melhorar o serviço. Reunimos e usamos estas informações analíticas juntamente com informações analíticas de outros usuários, para que não possa ser usada para identificar qualquer usuário individual em particular”, lê-se na política de privacidade.

Os criadores da aplicação sublinham ainda que poderão ser usados cookies e “tecnologias semelhantes” para recolher informação sobre a forma como os indivíduos utilizam a FaceApp e de maneira a fornecerem ao usuário outras funcionalidades, assim como anúncios publicitários direcionados.

16 de julho de 2019, 14:19

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