sábado, 20 de abril de 2024

Um pacto para fortalecer a agricultura familiar na Bahia – por José Lopes

Capaz de produzir produtos agrícolas tão distintos como soja, café e cacau, além de possuir uma pecuária bem distribuída nos seus 27 territórios de identidade, a Bahia ainda importa bastante alimentos de outros estados, a exemplo de ovos e leite. Para mudar essa situação, o governo do Estado quer propor aos 417 municípios baianos, ainda no primeiro semestre deste ano, a assinatura de um pacto para fortalecer a agricultura familiar.

A informação foi confirmada durante o Carnaval pelo secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, que aproveitou para anunciar o lançamento de dois novos editais do programa Bahia Produtiva no mês de março para o fortalecimento das cadeias da mandiocultura (até R$ 20 milhões) e fruticultura (até R$ 40 milhões).

A ideia, segundo o gestor, é criar um Sistema Unificado de Agricultura Familiar, a exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS), de maneira a integrar e capilarizar as políticas públicas para o setor. Para isso, os municípios se comprometeriam em estruturar os Serviços Municipais de Apoio à Agricultura Familiar (SEMAFs), a exemplo das unidades territoriais conhecidas como SETAFs e que são compostas por uma equipe técnica da CAR, da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater, que substitui a extinta EBDA).

Outra ação do governo para fomentar a estruturação desse “pacto” se dá através do Pró-Semiárido, que conta com recursos da ordem de R$ 300 milhões para investir até 2021 na melhoria das condições de vida de 70 mil famílias espalhadas por cinco territórios do Centro-Norte da Bahia que concentram os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) e maior situação de semiaridez: Sertão do São Francisco, Piemonte Norte do Itapicuru, Bacia do Jacuípe, Piemonte da Diamantina e Sisal.

Rodrigues explica que, além da comunidades beneficiadas poderem escolher em qual ação serão investidos os recursos do Pró-Semiárido, o programa dá continuidade às ações desenvolvidas pelos extintos Pró-Gavião e Gente de Valor.

Os planos são muito bons. Agora é cobrar que eles se transformem em ações concretas para o bem da agricultura familiar e da Bahia.

José Lopes é jornalista, editor executivo do Toda Bahia e escreve quinzenalmente sobre agronegócio aos domingos. E-mail: j.lopes@todabahia.com.br

14 de fevereiro de 2016, 07:40

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