quinta-feira, 25 de abril de 2024

Seja vivo saia da Vivo – por Pacheco Maia

Mais uma vez deixo de lado o tema desta coluna, embora existam fatos relevantes sobre o mercado imobiliário a merecer comentários, a exemplo do futuro do programa habitacional Minha Casa Minha Vida no iminente governo Michel Temer.

Então, vamos justificar o título deste artigo. Depois da ida de Dilma à ONU, onde ela prometia denunciar ao mundo um golpe que só existe na cabeça dela e dos petistas, o assunto mais comentado da semana foi o anúncio das operadoras de telefonia fixa de limitar o consumo da internet banda larga dos consumidores.

A intenção de explorar ainda mais os sofridos cidadãos brasileiros causou menos revolta do que a passividade e complacência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com a anunciada medida das operadoras. A famigerada Anatel reagiu feito um dócil cãozinho abanando o rabinho para seu dono. Uma vergonha!

A agência reguladora tem no próprio nome sua obrigação: regular o mercado. Portanto não pode haver abusos de nenhuma das partes, nem de operadoras tampouco dos consumidores. Por se tratar de uma briga de gigantes contra pigmeus, faz-se imprescindível a Anatel exercer sua obrigação legal: equilibrar o jogo.

Depois de tomar muito cacete da opinião pública, que motivou até o Congresso Nacional a intervir na questão, com um senador apresentando projeto proibindo a limitação da internet fixa, a Anatel resolveu endurecer com as operadoras. No entanto, nada de efetivo ocorreu até agora. O fato é que até existe limitação da banda larga em outros países, mas em bases razoáveis e justas.

Dou o exemplo dos Estados Unidos, onde os pacotes limitados são de 1.000 gigabites e não 120 gigabites como propõem os ladravazes das operadoras instaladas no Brasil. Lá na América o serviço é muito superior e com essa capacidade de transmissão de dados dá para passar o dia todo com o Netflix ligado. Não é só nos States não. Em vários outros países do mundo, o respeito ao consumidor existe.

Sempre fiquei com a pulga atrás da orelha com o fato de operadoras americanas, alemãs ou japonesas não terem disputado os leilões de privatização da telefonia brasileira. Só entraram empresas latinas na parada: Telefônica/Vivo da Espanha, Tim da Itália e Portugal Telecom em consórcios com fundos de pensão e grupos nacionais. E depois me veio uma de origem mexicana, Claro.

Uma fonte que participou do processo foi categórica ao me dizer que americanos, alemães e japoneses não toparam os custos extras e pouco éticos do negócio. Por isso acabamos caindo no jeito latino de gestão empresarial que acompanha o atraso dos países da América Central e da América do Sul colonizados pela mesma retrógrada cultura.

Ultimamente, para piorar, uma empresa que vinha até oferecendo um padrão de serviço superior ao das concorrentes, a GVT, acabou sendo comprada pela Vivo. Se a GVT já vinha descendo a ladeira para o que oferecia no início, agora descambou de vez.

Por experiência própria, a pior operadora, verdadeira hors concous, é a OI. Da Oi, eu evito até falar, porque uma empresa que deixa suas caixas telefônicas completamente abandonadas, como uma existente na Rua Marechal Floriano, no Canela, em Salvador , sujeitas a que qualquer um faça uso indevido de linhas alheias, está fora de qualquer padrão de qualidade. É uma porcaria mesmo, pra não dizer coisa pior.

Todas as outras operadoras de telefonia móvel são péssimas também. Mas a Vivo é a pior delas entre Tim e Claro. Não se inibem de realizar contumazes cobranças indevidas. Recentemente depois de receber contas altíssimas e sem nenhuma transparência para os custos apresentados, resolvi passar para a tal da conta controle.

Não é que mesmo neste modelo que você tem um limite de valor para ligações a outras operadoras, ficando livre só para ligar para números da Vivo, eles acham um jeito de lhe surrupiar nem que sejam alguns reais. Você liga e o atendente é treinado para negar-lhe qualquer direito. Quando se apela à Ouvidoria é a mesma coisa.

Na Anatel, o atendimento é de primeira. As telefonistas muito educadas e solícitas demonstram registrar perfeitamente sua reclamação. O problema é que depois do prazo de cinco dias úteis para a manifestação da operadora não se resolve nada.

No caso da Vivo, um preposto dela lhe liga e, sem ouvir seus argumentos, diz que a operadora está certa e pronto. Você volta para a Anatel, reabre a reclamação e a Vivo não dá a mínima bola. Seja vivo saia da Vivo!

Pacheco Maia é jornalista, vencedor do Prêmio Banco do Brasil de Jornalismo 2001 e escreve sobre mercado imobiliário desde 1998, quando iniciou na Gazeta Mercantil, onde atuou como correspondente até 2009. Ele escreve sobre Mercado Imobiliário semanalmente no Toda Bahia. E-mail: pacheco.maia@todabahia.com.br

23 de abril de 2016, 15:20

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