terça-feira, 16 de abril de 2024

Renasce a esperança – por Rommel Cavalcanti

Sim, ainda é muito cedo para abrir a garrafa de champanhe e fazer grandes comemorações. Não há nenhuma certeza de que estamos alcançando os ventos da bonança e vencendo definitivamente o mar das tormentas econômicas que inundaram a nau brasileira de pessimismo e maus resultados nos últimos anos.

Mas os dados econômicos coletados até agora em 2017 nos permitem alimentar alguma esperança de que o pior da crise está passando. Se continuarmos assim, é possível que tenhamos um segundo semestre apontando de forma mais consistente para uma luz no final do túnel.

Embora os números oficiais do Produto Interno Bruto – PIB do primeiro trimestre deste ano devam vir a ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE somente no próximo mês de junho, o Banco Central publicou nesta segunda-feira (15) uma prévia do PIB trimestral. Trata-se do chamado Índice de Atividade Econômica, o IBC-Br, que apresentou um comportamento bastante favorável para o período de janeiro a março de 2017.

O IBC-Br subiu 1,12% no primeiro trimestre do ano em curso em comparação com o trimestre anterior. Comparado com o primeiro trimestre de 2016, a alta é de 0,29%.

Dado que o PIB trimestral vem apresentando variação negativa desde o início do ano de 2015, uma análise conservadora permite, minimamente, ficarmos mais esperançosos de que a quebra da série negativa pode apontar para uma desaceleração da severidade da crise. Por outro lado, os economistas e analistas de marcado mais otimistas já estão se adiantando e afirmando que é possível verificar o início da reversão da tendência de queda e o fim da recessão.

Nesta terça-feira (16), os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED para o mês de abril também se mostraram animadores. No período, foram registradas 1.141.850 contratações contra 1.081.994 demissões, resultando num saldo positivo de quase 60.000 vagas criadas. Este é o melhor resultado para o mês de abril desde 2014, quando foram criadas 104.000 novas vagas.

Os setores que apresentaram os melhores resultados neste sentido foram serviços, com 24.712 vagas, agropecuária, com 14.648 vagas e indústria de transformação, com 13.689 vagas. Na contramão da história, a construção civil foi o único dos oito setores pesquisados que apresentou redução no número de vagas, com saldo negativo de 1.760 vagas.

Não obstante estas boas notícias recentes, a economia ainda está oscilando. O comportamento do próprio IBC-Br demonstra isto: após duas altas mensais em janeiro e fevereiro, houve queda do indicador no mês de março (-0,44%).

Tomara que continuemos a colher dados positivos na economia nos próximos meses para consolidar a tendência positiva de crescimento. Isto já representará uma grande alento para os 14,2 milhões de desempregados brasileiros, que estão se agarrando a este fio de esperança.

Rommel Cavalcanti é graduado em Economia e Direito, Mestre em Desenvolvimento e Gestão Social, com MBA em Economia pela George Washington University e especialização em Gestão de TIC, Direito do Trabalho e Direito Processual. Ele é auditor fiscal pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz) e escreve sobre economia no Toda Bahia. E-mail: rommelcavalcanti@yahoo.com.br

17 de maio de 2017, 16:00

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