sexta-feira, 29 de março de 2024

Privatização da Eletrobrás enfrenta resistência no Congressos por conta de indicações políticas

Uma das maiores prioridades do presidente Michel Temer no final de seu mandato, a privatização da Eletrobrás está enfrentando uma enorme resistência no Congresso Nacional, mesmo entre parlamentares da base aliada. Vários políticos estão apresentando restrições ao projeto, especialmente no que diz respeito às subsidiárias da estatal que atuam em suas respectivas regiões.

A Eletrobrás é a maior empresa de energia do país e sempre atraiu interesse da classe política. Muitos parlamentares utilizam seus apadrinhados para conceder favores que podem render votos, a exemplo do ritmo acelerado de obras em locais em que estão seus eleitores ou ainda patrocínio de eventos esportivos e culturais com recursos de estatais.

Há ainda, em casos mais extremos, os esquemas de corrupção e financiamento irregular de campanhas, a exemplo das investigações da Lava Jato em Angra 3.

O Estadão/Broadcast levantou junto a fontes que acompanham as negociações no Congresso que os partidos da base, principalmente o MDB, continuam a influenciar na escolha dos executivos das subsidiárias, mesmo após a legislação que blinda as empresas públicas de indicações políticas.

Nas 13 principais empresas do grupo, os dirigentes têm currículo e experiências comprovadas, de acordo com a Lei das Estatais, mas têm também como padrinhos deputados e senadores do MDB, DEM, PP, PSB, PSDB e PSD.

Parlamentares que exercem influência nas subsidiárias locais se colocam contrários à privatização. Um deles é o senador Eduardo Braga (MDB), que não quer as duas subsidiárias que atuam no seu estado, o Amazonas, estejam incluídas no processo de privatização. O Estadão apurou que o presidente da Amazonas Geração e Transmissão, Wady Charone Jr, foi indicação do senador, apesar de Braga negar.

Além das dezenas de subsidiárias nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia e um centro de pesquisa, a Eletrobrás é também dona da metade da usina de Itaipu e tem participações minoritárias em 25 sociedades e participação indireta em outras 178. Os sindicatos de trabalhadores também fazem pressão contra a privatização da estatal.

17 de abril de 2018, 12:08

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