quarta-feira, 24 de abril de 2024

Obesidade mata – por Dr. José Amandio

Há muito se fala dos malefícios da obesidade para saúde e como ela tem se tornado um dos principais problemas de saúde em todo o mundo. Estudos recentes mostram que a mortalidade aumenta linearmente como aumento do IMC (índice de massa corpórea) a partir de 25 kg/m2. Sobrepeso e obesidade estão associados a um risco significativamente aumentado de morte prematura, em particular entre homens, confirma um estudo publicado online em 13 de julho de 2016, na Lancet.

Avaliando informações em 189 estudos, envolvendo cerca de quatro milhões de indivíduos que participaram, os pesquisadores observaram que pessoas com um IMC > 25 kg/m² apresentaram um aumento do risco significativo de mortalidade por todas as causas, com aproximadamente uma em seis mortes prematuras potencialmente evitáveis por perda de peso.

Vários estudos indicam como principais vilões o sedentarismo, maus hábitos alimentares e o açúcar. Para se ter uma idéia, um artigo revelou que, para cada 150 calorias adicionais do açúcar disponíveis para consumo, há um aumento de 11 vezes da prevalência de diabetes tipo 2 na população. Isso em comparação a 150 calorias de outra fonte, como gordura ou proteína e independentemente do índice de massa corporal (IMC) e dos níveis de atividade física.

Diversas linhas de pesquisas estão em andamento com terapêuticas promissoras que associam a perda de peso e manutenção com drogas inibidoras do apetite, cirurgias bariátricas cada vez mais funcionais e mais precoces (inclusive para crianças), etc. No entanto, intervenções para perda de peso têm apenas efetividade modesta em longo prazo e geralmente têm como alvo comportamentos, como dieta e atividade física, que podem levar a alteração no IMC em vez de ter como alvo o IMC em si.

Vários especialistas concluem: “Ainda há importantes desafios no esforço de traduzir evidência epidemiológica de peso corporal excessivo e mortalidade em diretrizes e intervenções de saúde pública efetivas”. A Organização Mundial de Saúde (OMS), discute a tributação de bebidas açucaradas em pelo menos 20% para conter a epidemia mundial de obesidade e diabetes tipo 2.

Uma pessoa com excesso de peso ou obesidade precisa querer fazer mudanças no estilo de vida se quiser que a perda de peso ocorra e seja mantida. Essas são as maneiras mais eficazes e duradouras. Além da redução na ingestão de calorias, também é necessário iniciar modificações na dieta e nos níveis de exercício. Isso poderá salvar sua vida!

Dr. José Amandio é formado em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em cirurgia plástica. Ele é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Santa Izabel e escreve quinzenalmente a coluna de saúde do Toda Bahia. E-mail: clinicajamandio@gmail.com

13 de novembro de 2016, 08:30

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