terça-feira, 16 de abril de 2024

O golpe que não houve e a revolta da propina – por Gustavo Falcón

Finda a absurda polêmica do golpe que não houve e encerrado o ciclo confuso e populista da esquerda no poder, o Brasil continua diante de dois problemas: a crise econômica que constitui o principal desafio do governo Temer e a revolta da propina que continua a maltratar os congressistas que se viciaram na corrupção.

A crise começa a ser enfrentada em dois planos complementares: na área técnica, com ajustes absolutamente necessários e na arena política, onde Temer obteve sua primeira vitória.

A revolta da propina que provocou o desmoronamento do governo petista por causa do desabastecimento trazido com a Operação Lava Jato permanece no limbo, submersa, mas não sufocada. A lama que começa agora a macular novos nomes e agremiações ainda vai produzir muito estrago até que a Justiça condene os cabeças dessa complexa rede de corrupção.

Na oposição, melhor dizendo, na depressão em que se encontra, a esquerda deverá sangrar bastante até reencontrar seu eixo e poder se arvorar a reapresentar seu novo projeto porque o do país sem miséria gorou com os 11 milhões de desempregados produzidos por mais de uma década de governo petista.

Tal quadro permitirá a Temer governar com relativa tranquilidade, sobretudo se o Meireles acertar no taco. Essa situação levará para o brejo a via socialista do PT e manterá sob controle os revoltosos da propina que, como todos os brasileiros, pagarão alguma coisa pela solução da crise.

Gustavo Falcón é jornalista, escritor, doutor em História Social pela UFBA e consultor de Programas de Governo. Ele escreve sobre Política às segundas-feiras no Toda Bahia. E-mail: gustavo.falcon@todabahia.com.br

30 de maio de 2016, 07:15

Compartilhe: