quinta-feira, 25 de abril de 2024

O dilema da caderneta de poupança – por Pacheco Maia

A manchete da imprensa nesta sexta-feira (8) é o recorde de saques na caderneta de poupança: R$ 53,6 bilhões. O saldo negativo entre saques e depósitos não acontecia desde 2005. Mas naquele ano o volume foi bem menor: R$ 2,7 bilhões. Em 20 anos, é a primeira vez que poupança vira de um ano para o outro com menos recursos. Em 2014, os depósitos totalizavam R$ 662,7 bilhões. Fechou 2015 com R$ 656,6 bilhões.

É bastante compreensível a fuga da poupança. Para os investidores, a opção perdeu atratividade com rendimento que não compensa nem a inflação anual, que já superou os dois dígitos, enquanto ela ainda varia na casa de um algarismo. Outras modalidades de investimentos estão bem mais vantajosas. Mas existem outras agravantes como o desemprego que assola o país e está levando os poupadores desempregados a sacarem suas economias para sobreviverem no inferno de Dilma.

A queda na captação da caderneta de poupança tem um impacto direto no mercado imobiliário. Já falei isso em outros artigos. O Sistema Financeiro de Habitação (SFH) tem como principal fonte de recursos as economias dos poupadores. É o SFH que financia a grande maioria dos imóveis, com as menores taxas de juros, depois do FGTS que é mais restritivo. O SFH capta na poupança, que, por determinação do Conselho Monetário Nacional, destina obrigatoriamente 65% dos depósitos ao financiamento de imóveis.

Quem anda atrás de financiamento para a compra da casa nova deve estar encontrando dificuldades. Diante da escassez de recursos no SFH, os bancos estão mais restritivos e seletivos, sem falar que não perderam tempo em aumentar as taxas de juros. A Caixa, por exemplo, fez três reajustes no ano passado e se aproxima dos dois dígitos. Existe uma verdade absoluta no mercado imobiliário: crédito e taxa de juros são imprescindíveis à saúde do setor.

Um taxa acima de 10% já complica bastante a aquisição de um imóvel, que é um bem de valor alto e, dificilmente, é quitado à vista. Os juros já se aproximam de 12% nos bancos privados, afora as restrições da Caixa, o principal agente financeiro do mercado imobiliário. No ano passado, ela limitou o empréstimo para a compra de imóveis usados a 50% do valor. Os executivos do banco público já admitem que medidas dessa natureza são em razão da falta de recursos. Olhaí o problema da caderneta de poupança se manifestando.

Hoje é comum se ouvir que “a hora é do comprador”. Realmente é inegável esta afirmativa. As oportunidades estão aí. Depois da supervalorização dos imóveis no período de 2007 a 2012, os preços já não acompanham a variação da inflação e começam a cair. Quem tiver dinheiro no bolso e está precisando de uma casa para morar vá as compras.

A Viva Imobiliária, por exemplo, já começa o ano com o Viva Verão. Reuniu empreendimentos de 15 incorporadoras parceiras em diversos bairros de Salvador e praias do Litoral Norte, com valores entre R$ 140 mil e R$ 750 mil e descontos de até R$ 95 mil. Quem se interessar em dar uma olhada nas ofertas não precisa nem sair de casa, basta visitar o site do smartphone mesmo: vivaverao.com.br.

Pacheco Maia é jornalista, vencedor do Prêmio Banco do Brasil de Jornalismo 2001 e escreve sobre mercado imobiliário desde 1998, quando iniciou na Gazeta Mercantil, onde atuou como correspondente até 2009. Ele escreve sobre Mercado Imobiliário às sextas-feiras no Toda Bahia. E-mail: pacheco.maia@todabahia.com.br

08 de janeiro de 2016, 13:15

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