terça-feira, 16 de abril de 2024

Nuzman vira réu com Cabral por propina nos Jogos Olímpicos do Rio

No mesmo dia em que recebeu habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinando sua ida para o regime de prisão domiciliar, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman virou réu com o ex-governador Sérgio Cabral. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (19), pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, em processo resultante da Operação Unfair Play, que investiga o pagamento de propina pelo direito do Brasil sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

Além dos dois, também são réus na ação o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, atualmente foragido; o ex-diretor de Operações do Comitê Rio 2016, Leonardo Gryner; e os senegaleses Papa Diack e Lamine Diack, que teriam recebido a propina para garantir votos africanos à candidatura do Brasil. Nuzman é acusado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Cabral é acusado por corrupção passiva. Gryner, por corrupção passiva e organização criminosa. Arthur, por corrupção ativa. E Papa e Lamine Diack, por corrupção passiva.

“No período compreendido entre agosto e setembro de 2009, Sérgio Cabral, Carlos Nuzman e Leonardo Gryner, de forma livre e consciente, solicitaram e aceitaram promessa de vantagem indevida de Arthur Soares, consistente no pagamento a Lamine Diack, por intermédio do seu filho, Papa Diack, no valor de, ao menos, US$ 2.000.000,00 (dois milhões de dólares), com o intuito de garantir votos para o Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016”, escreveu Bretas.

Em contrapartida pela ajuda milionária, segundo o magistrado, “Arthur Soares foi beneficiado com a contratação da empresa LSH Empreendimentos pelo Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, além da abertura de uma imensa janela de oportunidades para exponenciar os seus contratos com o estado e com o município do Rio de Janeiro e com o próprio Comitê Organizador”.

Bretas lembrou que, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Nuzman registrou um forte aumento de patrimônio nos anos recentes, tendo adquirido, em 2014, 16 quilos de ouro, no valor aproximado de R$ 1,5 milhão, que eram guardados em um cofre na Suíça, e que só foram declarados à Receita Federal após operação de busca e apreensão em sua casa ter encontrado a chave do cofre, dia 5 de setembro.

20 de outubro de 2017, 06:48

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