sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mexicana conquista o Brasil – por Ernesto Falcón

A Corona começou a ser fabricada no México em 1925 pela Cervejaria Modelo. No ano passado, segundo a Millward Brown, empresa de pesquisa do grupo WPP, tornou-se a marca mais valiosa da América Latina deixando para trás empresas como Petrobras, Bradesco e Itaú, sendo avaliada em US$ 6,6 bilhões.

A cerveja mais popular do México está no topo do ranking das importações nos EUA, mas sua valorização refletiu no Brasil na compra da Modelo pela AB-Inbev em 2013, numa negociação estimada em US$ 20 bilhões. Típico negócio americano, a Modelo foi obrigada a vender a cervejaria Piedras Negras, a fatia de 50% na Crown Imports e os direitos perpétuos sobre as demais marcas distribuídas nos EUA. Tenebrosos os americanos impuseram a condição para evitar maior concentração do mercado.

Sucesso no Brasil nos anos 90, a cerveja Corona é uma Pilsen leve. Moda na época, conquistou o mercado brasileiro quando era servida com uma rodela de limão no gargalo reforçando sua acidez. Em 2010, a cerveja mexicana teve visibilidade à altura dos filmes hollywoodianos. Em novembro do mesmo ano, a serie Velozes e Furiosos 5 dos Estúdios Universal gravou parte do filme no Rio de Janeiro. Na história, amigos do crime liderados por Dominic Toretto (Vin Diesel) se reúnem no Rio de Janeiro para executar um plano que passou a ser um assalto milionário. Toretto aparece em uma boate carioca consumindo uma boa Corona no gargalo.

O fato é que a Corona Mexicana chega novamente às prateleiras do Brasil para conquistar um mercado personalizado. Dentro da estratégia iniciada em 2014, a Ambev pretende aumentar o peso dos rótulos premium, que geram maior margem de lucro para a empresa, no volume total comercializado.

A dica genuinamente mexicana permanece: acrescente uma fatia de limão no copo ao servir a Corona Extra a fim de incrementar seus aromas e sabores cítricos. A Premium American Lager possui 4,6 ABV, de cor amarelo palha e combina perfeitamente com amendoim, batata frita, castanha de caju, queijo frescal, minas e outros petiscos bem brasileiros.

 Ernesto Falcón é jornalista e co-autor do blog Brew, Bier, Bière. Ele escreve aos sábados sobre cervejas artesanais no Toda Bahia. E-mail: ernesto.falcon@todabahia.com.br

08 de agosto de 2015, 11:00

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