quinta-feira, 28 de março de 2024

Laboratório identifica “impressão digital” do vírus da zika

Os pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociência (LNB), em Campinas (SP), identificaram pela primeira vez a “impressão digital” do vírus da zika. A descoberta poderá ajudar no desenvolvimento de medicamentos para combater a doença. As amostras para a pesquisa do vírus da zika foram fornecidas de pacientes infectados em Pernambuco pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ). Os estudos, que acontecem desde novembro, envolvem 20 pesquisadores e fazem parte da força-tarefa nacional determinada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia contra as doenças relacionadas ao Aedes aegypti.

A partir do mapeamento genético do vírus, que já havia sido feito pela Fiocruz, os pesquisadores avançaram e visualizaram a estrutura molecular do vírus da zika para tentar entender como eram os mecanismos da infecção e como ele interagia com as células humanas. Com o estudo, os pesquisadores descobriram que o vírus da zika tem uma camada externa, também chamada de envelope, que é formada por um conjunto de proteínas que se agrupam na superfície ganhando uma forma esférica. É aí que fica a impressão digital do vírus.

As estruturas das proteínas foram comparadas com as dos vírus da dengue, febre amarela e encefalite japonesa e se mostrou mais parecida com a da dengue tipo 1. “É a estrutura que revela a identidade desse vírus para o organismo humano”, afirma o diretor do Laboratório Nacional de Biociências, Kléber Franchini. Além de ajudar a desenvolver ferramentas para diagnósticos mais rápidos e precisos, os estudos abrem novos caminhos para a criação de vacina e anticorpos contra o vírus da zika. O próximo passo é repassar essa informação para outras instituições que possam produzir insumos para a prevenção e tratamento da doença.

28 de fevereiro de 2016, 12:20

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