quinta-feira, 25 de abril de 2024

Inferno petista e purgatório de Temer – por Gustavo Falcón

Tudo indica que o governo Dilma está se encerrando. E que ela vai descer, ao menos por seis meses, a rampa do Planalto. Com a subida de seu vice, o Brasil não tem o que comemorar.

Volto aos meus tempos monistas do marxismo pra dizer: a burguesia sabe o que faz. Deixa sempre um homem confiável no banco de reservas. O povo é que sabe que não pode confiar no novo mandatário do País. Ele terá que enfrentar essa desconfiança prévia e se empenhar para mostrar o contrário. Isto é, que ele é o inverso do que todos acham. Ou pelos menos deseja ser, pressionado pela situação.

Depois das mentiras de Dilma em campanha, o fato de Temer se apresentar como alternativa constitucional ao impedimento é uma surpreendente verdade que os brasileiros terão que encarar. Vão suportar? Essa questão ninguém sabe a resposta uma vez que os fatos estão surpreendendo todos os analistas semana após semana já faz mais de um ano.

Na turbulência em que estamos mergulhados, um dado novo na indústria da fofoca. O Gabinete Militar instinto por Dilma volta a ordem do dia. Arapongas estatais a rastrear a vida alheia com mais voracidade que a PF. De caído em caído, a política pode entrar em colapso e aí…

Oremos, pois, pela mediocrização democrática, a volta do cartão de crédito, tudo embalado pelo mais cretino som sertanejo ou se preferirem por um pagode gosmento. Esse sonho de consumo petista é o paraíso da classe média baixa, do lúmpen e do trabalhador rural. Oremos também pela utopia da classe média de esquerda, que se apropriou do aparelho do estado achando que estava fazendo a revolução…

Se der algo mais avançado com o Temer, já é um ganho.

Gustavo Falcón é é jornalista, escritor, doutor em História Social pela UFBA e consultor de Programas de Governo. Ele escreve sobre Política às segundas-feiras no Toda Bahia. E-mail: gustavo.falcon@todabahia.com.br

09 de maio de 2016, 07:00

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