quinta-feira, 18 de abril de 2024

Férias não combinam com acidentes nas estradas – por Dr. José Amandio

Uma das épocas mais divertidas e esperadas do ano, as férias, em geral estão associadas ao verão, sol, praias, viagens. E quando falamos em viagens não devemos nos descuidar, principalmente se essas viagens forem realizadas de veículos automotores.

Quando o Código de Trânsito foi implantado e a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança foi estabelecida há alguns anos atrás, houve um decréscimo no número de mortes que tinham como causa acidentes com veículos automotores, além da diminuição da gravidade dos traumas craniofaciais.

No entanto, hoje, alguns dados sugerem que estamos voltando à situação anterior à vigência dessa lei, e as razões são muitas: baixo grau de adesão às regras de trânsito por parte dos motoristas, fiscalização ineficiente, abuso de álcool, entre outras.

Para corrigir esse desvio seriam necessárias campanhas de esclarecimento para convencer a população da importância da obediência às leis de trânsito e uma fiscalização bem feita.

Infelizmente, vivemos em uma sociedade em que o uso do cinto de segurança deve ser obrigatório e não uma decisão consciente e voluntária. As pessoas deviam conscientizar-se de que ele não é uma exigência arbitrária e desagradável, mas uma forma de garantir a segurança do motorista e dos passageiros dos veículos.

Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013- IBGE indicam que o uso do cinto de segurança tornou-se um hábito de muitos motoristas e passageiros que viajam no banco da frente do carro. Entretanto, esse cuidado não é praticado habitualmente pelos passageiros que utilizam o banco traseiro do veículo.

No Brasil, a proporção de pessoas que sempre usavam cinto de segurança no banco de trás quando andavam de carro, van ou táxi, foi de 50,2%. Esse percentual aumentou com o avanço da idade e foi mais representativo na área urbana (51,1%) que na área rural (44,8%).

Creio que o trabalho de conscientização deveria fazer parte do currículo escolar para que desde cedo a criança aprendesse a importância que tem para sua vida adotar certas atitudes. Quando pensamos em transporte coletivo essa proporção certamente é muito maior.

Por saber que a decisão voluntária e consciente ainda está longe da ideal, a tendência do mundo inteiro é desenvolver medidas de segurança passiva, isto é, que independem da vontade da pessoa para funcionar. Veja como exemplos o airbag (ele infla e protege os ocupantes do veículo na hora de uma colisão frontal e em alguns casos lateral), o controle de estabilidade e tração e os freios ABS.

Porém, essas medidas, apesar de obrigatórias e encontradas em veículos de série em vários países, ainda não é uma realidade para todos os cidadãos brasileiros. Por isso, todo o cuidado é pouco ao viajar.

Façam a manutenção preventiva do veículo, verifiquem os itens de segurança com os freios, sinalizadores, pneus, etc. Pratiquem a direção defensiva, respeitem as sinalizações e os limites de velocidade, utilizem cintos e verifiquem se todos os passageiros os fazem. Zelem pelo nosso bem mais precioso, a VIDA e aproveitem bem as férias!

Dr. José Amandio é formado em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em cirurgia plástica. Ele é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Santa Izabel e escreve quinzenalmente a coluna de saúde do Toda Bahia. E-mail: clinicajamandio@gmail.com

24 de janeiro de 2016, 08:00

Compartilhe: