Brasil é medalha de ouro em corrupção – por Gustavo Falcón

O Brasil saiu da respeitável condição de exemplo de país emergente para a lamentável posição de detentor da medalha de ouro da corrupção no planeta.

Esse fato diminui em muito o brilho das Olimpíadas que o País está sediando e que poderiam ser um acontecimento histórico ainda mais significativo, caso a cabeça dos brasileiros não estivesse mergulhada na crise que nos aflige.

Os esportes são uma saudável manifestação social e constituem meio eficiente para afastar a juventude da criminalidade e das drogas. No Brasil, a juventude negra e pobre têm nas várias modalidades opção segura para vencer a vulnerabilidade e ultrapassar a barreira da miséria.

Por apenas essa razão, as Olimpíadas já têm um papel inegável na atração do interesse de parcelas expressivas da população e caso o país estivesse numa condição mais favorável seria uma inigualável oportunidade para amplificar esse ativo.

Não é o que está ocorrendo, infelizmente. As expectativas, dizem as pesquisas de opinião, não são as melhores. Diante do enorme esforço e grande investimento era de se esperar mais entusiasmo e vibração.

É triste constatar esse fato, mas a corrida da corrupção obliterou entre nós a mais importante competição esportiva do mundo.

Gustavo Falcón é jornalista, escritor, doutor em História Social pela UFBA e consultor de Programas de Governo. Ele escreve sobre Política às segundas-feiras no Toda Bahia. E-mail: gustavo.falcon@todabahia.com.br